Cabos de rede conectados a uma das máquinas dos servidores da Portugal Telecom, em Covilha (Mario Proenca/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2014 às 20h39.
Rio - A Oi já tem duas propostas formais na mesa pela Portugal Telecom (PT), mas as negociações continuam e as ofertas "podem melhorar", afirmou nesta quinta-feira, 13, Bayard Gontijo, presidente da operadora brasileira.
Há possibilidade de novos interessados surgirem nos próximos dias.
"Nosso compromisso é gerar o máximo possível em valor para os nossos acionistas. Nós temos propostas, são interessantes, mas podem melhorar", disse em teleconferência com analistas.
Após rumores de que entrariam na disputa, os Correios de Portugal (CTT) disseram em comunicado hoje que "têm discutido com potenciais parceiros de telecomunicações (incluindo a PT) possibilidades de negócios em comum".
A empresa informou que irá acompanhar o processo de venda da PT para "analisar oportunidades que façam sentido no desenvolvimento das suas áreas de negócio". Apesar disso, diz que não tomou "qualquer decisão sobre tais oportunidades".
O discurso defendido pela Oi é o de que não há pressa para a conclusão da venda dos seus ativos portugueses, apesar da necessidade de que esse processo ocorra para o andamento da consolidação do setor de telecomunicações no Brasil.
"Estamos no processo, negociando, não quero colocar um 'deadline', não estamos preocupados com o tempo, mas sim em entregar um bom resultado para o acionista", afirmou Gontijo.
Com endividamento elevado, a companhia vai usar os recursos da venda de ativos para fazer uma oferta conjunta pela TIM, ao lado de Claro e Vivo. O executivo descartou recorrer ao mercado de capitais para financiar a proposta.
"Vamos vender os ativos para isso, sem acessar o mercado de capitais", disse. Entre os ativos, citou as operações de Portugal e ativos no Brasil, como torres. A empresa tem aproximadamente mil torres para vender em 2015.
A companhia recebeu duas ofertas pelos ativos portugueses, uma do grupo europeu Altice por 7,025 bilhões de euros e a outra feita em parceria pelos fundos Bain Capital e Apax Partners por 7,075 bilhões de euros.
Em ambos os casos, o pagamento de 800 milhões de euros são condicionados a metas de gerações de receita e de outros aspectos financeiros.
A respeito da oferta da empresária angolana Isabel dos Santos para aquisição da holding Portugal Telecom SGPS, dona de 25,6% da Oi, Bayard reforçou que todas as condições foram rejeitadas, mas afirmou que o interesse é um "bom sinal".
A oferta propôs a alteração de alguns termos da fusão com a Portugal Telecom SGPS. "Não estamos dispostos a mudar nada no processo", afirmou.