Wi-fi: os mais ricos não estão contentes com isso (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 25 de janeiro de 2016 às 21h35.
Fazer o check-in em qualquer hotel médio dos EUA implica boas chances de ter wi-fi grátis. Ter um mordomo que o acompanhe à suíte da cobertura, no entanto, pode significar ter que pagar pelo acesso à internet.
Os mais ricos perceberam essa desconexão e não estão contentes com isso.
Um estudo sobre os hábitos e preferências dos viajantes dos grupos compostos pelo 1 por cento e pelos 5 por cento mais ricos aponta que o wi-fi complementar é o “recurso [mais] desejável” para mais da metade dessas pessoas. Cinquenta e um por cento classificaram a conexão como “extremamente importante”, enquanto 66 por cento disseram tratar-se de algo pelo menos “muito importante” em um hotel.
A pesquisa foi produzida a partir de um levantamento da Resonance Consultancy com 2.391 viajantes. O 1 por cento mais alto foi definido como o grupo daqueles com renda anual de US$ 400.000 ou mais ou um patrimônio líquido acima dos US$ 8 milhões. Os 5 por cento foram classificados como aqueles que ganham pelo menos US$ 200.000 por ano ou possuem US$ 2 milhões ou mais. (O primeiro grupo representou 724 dos indivíduos consultados).
Muitos dos hotéis mais caros cobram um valor extra pelo wi-fi simplesmente porque podem fazê-lo -- os hóspedes estão viajando a negócios e calculando o custo como despesa ou são clientes ricos que não se importam em pagar um pouco mais, disse Henry Harteveldt, um consultor de viagens da Atmosphere Research Group em São Francisco.
“Essa é uma incoerência flagrante no negócio hoteleiro e francamente esta é apenas uma abordagem muito estúpida para os negócios”, disse ele.
Recurso sem padrão
O assunto provavelmente continuará agitando muitas redes de hotéis de luxo que estão estudando onde e como oferecer wi-fi e se a conexão precisará ser complementar. Por enquanto, muitas marcas de luxo, incluindo a Fairmont Hotels Resorts e a Kimpton Hotels Restaurants Group, oferecem acesso gratuito à internet para os hóspedes que entram para os seus programas de fidelidade.
A Starwood Hotels Resorts Worldwide, por exemplo, oferece wi-fi gratuito em espaços públicos e para membros de seu programa de fidelidade se os quartos forem reservados por meio do site ou do aplicativo móvel da empresa. Isso ajuda a reduzir os custos de distribuição. Suas redes de baixo custo -- Aloft, Element e Four Points -- oferecem acesso gratuito nos quartos, enquanto os hóspedes de suas propriedades de luxo St. Regis têm wi-fi complementar e ponto final.
Contudo, no meio dos pacotes de preços dos quartos de hotéis da Starwood, as marcas W e Westin cobram tarifas adicionais dos hóspedes pelo acesso ao wi-fi em seus quartos.
A InterContinental Hotels Resorts oferece wi-fi gratuito para todos os membros de seu programa de fidelidade. Mesmo se você não fizer parte, a internet é gratuita em sete das marcas de padrão médio da empresa, incluindo Holiday Inn e Crowne Plaza. Mas não se tem a mesma sorte na rede de luxo Intercontinental.
Não está claro por que um quarto de hotel de US$ 500 (ou mais) não oferece algum tipo de internet gratuita quando incontáveis Starbucks, aeroportos e cafeterias já descobriram a vantagem econômica de fazê-lo. É possível que a maioria dos hotéis considere a rota para o wi-fi gratuito fácil o suficiente e a vejam como uma forma fundamental de gerar uma participação maior nos programas de fidelidade e nas reservas diretas.
Curvando-se à demanda
Outros se renderam à demanda. Há cerca de um ano, em um Dia dos Namorados, a Hyatt Hotels tornou o wi-fi gratuito nos quartos e nos espaços públicos em suas mais de 500 propriedades em todo o mundo. (As salas de reuniões não estão cobertas pela política).
“O wi-fi se transformou rapidamente em uma expectativa básica dos viajantes, tão essencial quanto uma cama confortável ou um quarto limpo”, disse a porta-voz da Hyatt Hotels, Stephanie Sheppard, por e-mail.
Operadoras de hotéis como a Hilton Worldwide Holdings oferecem acesso básico à internet, mas cobram tarifas pelo uso de uma banda maior, incluindo streaming de vídeo.
Essa tendência reflete em parte o crescente leque de aparelhos com wi-fi que os viajantes agora transportam: normalmente, um laptop, uma tablet e um smartphone por pessoa, disse Harteveldt. Ao receber um casal com dois adolescentes em um hotel, as necessidades de banda se multiplicam rapidamente.