Modelo B2B2C: a Fazendinha conta com mais de 100 produtores parceiros e mil itens cadastrados na plataforma
EXAME Solutions
Publicado em 29 de abril de 2024 às 15h18.
Última atualização em 29 de abril de 2024 às 15h40.
Uma agrifoodtech de Belo Horizonte vem se firmando como uma importante via de acesso ao mercado para pequenos produtores de Minas Gerais. A Fazendinha em Casa os conecta a bares, restaurantes, empórios, sacolões e consumidores por meio de uma plataforma exclusiva, multicanal, que viabiliza vendas no atacado e no varejo.
Trata-se de um mercado online, com produtos selecionados e agroecológicos, onde cada produtor tem sua loja e vende diretamente para os clientes, o que possibilita a comercialização a preços mais justos — bom para quem vende e para quem consome.
O negócio nasceu em 2017, com um modelo de marketplace que reunia produtos com foco em agricultura familiar e produção local de bebidas e alimentos. Mas foi durante a pandemia que as vendas ganharam força, crescendo dez vezes.
“Isso nos deu muita visibilidade e alcançamos o investimento-anjo que nos propiciou a criar uma plataforma própria de gestão de vendas e logística integrada”, explica Claudia Ligório, cofundadora e CEO da empresa.
A estrutura mais completa permitiu que o negócio seguisse crescendo e hoje, em uma operação B2B2C, a Fazendinha conta com mais de 100 produtores parceiros e acima de mil itens cadastrados na plataforma. A startup atende, com parceiros locais, consumidores de oito capitais e cerca de 300 restaurantes, bares e empórios da região metropolitana de BH.
Também está presente em 94 condomínios residenciais e comerciais da capital e de Uberlândia, com o modelo de compra autônoma, incomum no Brasil. A empresa deixa um carrinho com ovos caipiras, vegetais orgânicos e outros produtos saudáveis no prédio, sem vendedor, e as pessoas levam os itens que quiserem e deixam o dinheiro na caixa-urna ou pagam pelo app.
Com isso, a Fazendinha consegue levar à mesa das pessoas produtos locais e sustentáveis por múltiplos canais: online e presencialmente, tanto no varejo quanto no atacado. “Isso é o que planejamos desde o começo. Sabemos que o varejo é omnichannel e queremos que nossos parceiros escolham o que for melhor. Buscamos facilitar para o comprador”, pontua Ligório.
A maturidade tecnológica tem dado resultado: o número de vendas cresceu cinco vezes de 2022 para 2023. “Começamos com insumos para o dia a dia dos restaurantes e agora temos outros, como o pastel de angu para bares, famoso em Itabirito, por exemplo”, conta a CEO. “Isso facilita para o dono do restaurante que tem dificuldade em encontrar produtos artesanais pré-prontos, além de conseguir uma boa margem”.
Agora, a perspectiva é fechar 2024 com um percentual dez vezes maior, segundo a empresária. Para isso, a startup quer escalar os resultados, expandindo suas operações para o interior do estado de Minas. O objetivo é se transformar em um atacadão de produtores locais, artesanais e do campo.
A missão conta com o apoio da Federaminas Ventures, venture builder da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais, que investe recursos financeiros, humanos e tecnológicos em startups promissoras e as transforma em companhias sólidas para o exit. “Vamos levar nosso serviço para localidades onde a Federaminas está presente e fazer nossa proposta se consolidar”, diz Claudia Ligório.
Neste ano, além de se destacar como “atacadão do campo”, a agrifoodtech mineira pretende tornar a gestão para o vendedor mais simples, prática e integrada.
“O painel do vendedor na plataforma opera just in time. Não importa se a venda veio do atendimento de WhatsApp para empório, restaurante, online ou mercadinho, a plataforma mostra instantaneamente a gestão de todo o processo”, esclarece.
No site, a loja de cada produtor não tem custos fixos, apenas sobre resultados. O espaço personalizado oferece, além a gestão de vendas em tempo real, cadastro ilimitado de produtos, venda a varejo ou por atacado, integração com meios de pagamentos, endereço personalizado da loja e venda também de experiências (piquenique na fazenda, passeios a cavalo, degustação e hospedagem, por exemplo).
Para o consumidor, o processo também é fácil: ele pode navegar livremente e comprar qualquer item dos produtores com entrega na sua região, pagando todos ao mesmo tempo no fechamento do carrinho. Para verificar quais produtores atendem a localidade, basta colocar o CEP desejado no campo que está na parte superior do site.
“Acreditamos que a forma como nos alimentamos tem profunda influência no mundo à nossa volta. Por isso, cultivar um mundo melhor, valorizando o pequeno produtor, a produção local de alimentos, a diversidade, as culturas regionais, o consumo consciente e sustentável é o que nos move diariamente”, declara a startup.