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1. Investimentos da Petrobras levantam dúvidas no mercado
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1/7 (Petrobras/Divulgação)
São Paulo - Entre 2010 e 2014, a Petrobras pretende investir 224 bilhões de dólares. Para arcar com o plano, a estatal protagonizou, no terceiro trimestre, a maior capitalização do mundo, levantando 120 bilhões de dólares no mercado. Desde que foi anunciado, porém, o programa de investimentos vem despertando dúvidas entre os analistas de mercado. Uma delas é a maior ênfase da Petrobras nos chamados investimentos “downstream” – aqueles que focados nos elos mais à frente da cadeia produtiva, onde os produtos têm maior valor agregado. A área de refino, transporte e comercialização, por exemplo, receberá 73,6 bilhões de dólares, ou 33% do total. Entre as iniciativas, estão a construção de refinarias Premium e a polêmica parceria com a PDVSA, a estatal venezuelana de petróleo, nas obras da refinaria Abreu e Lima. Em reunião com o banco Santander, diretores da Petrobras trataram das seis dúvidas mais freqüentes quanto aos investimentos downstream programados. As respostas são baseadas em relatório do banco assinado pelos analistas Christian Audi e Vicente Falanga Neto.
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2. 1. Por que investir em negócios à frente da cadeia?
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2/7 (Divulgação/Petrobras)
Para a estatal, há dois motivos. O primeiro é aproveitar o crescimento do mercado nessas áreas downstream. O outro é preservar as margens da operação. Na reunião com o Santander, a Petrobras afirmou que espera um contínuo aumento da demanda por combustíveis na próxima década, puxado pelo maior poder aquisitivo da população. O maior consumo pode ser suprido tanto pela produção local de derivados, quanto pela importação. A Petrobras acredita, porém, que se os derivados forem importados, os ganhos cairiam em aproximadamente 4,7 bilhões de reais em 2020. Segundo a empresa, este também é um modo de se antecipar a um esperado movimento do mercado: em alguns anos, a legislação brasileira deve proibir o uso de combustíveis de baixa qualidade em caminhões e automóveis de frota.
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3. 2. Qual é o custo de construção da refinaria Abreu e Lima?
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3/7 (Divulgação/Petrobras)
Segundo a Petrobras, a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, não pode ser comparada a outros projetos por duas razões. Parte do óleo que será tratado na unidade é de baixa qualidade, e virá da Venezuela. Para processá-lo, serão dois trens de refino (conjunto de torres de tratamento), com capacidade individual de 115.000 barris equivalentes de petróleo por dia. Mesmo que a venezuelana PDVSA desista de participar do projeto por falta de recursos para financiá-lo, a Petrobras afirma que essas duas linhas de produção continuarão no plano de compras. A única modificação no projeto seria a exclusão de um equipamento de tratamento de enxofre, o que reduziria os custos entre 300 e 400 milhões de dólares - de um total estimado em 12,5 bilhões.
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4. 3. Quanto custará a construção das refinarias Premium I e Premium II?
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4/7 (Divulgação/Petrobras)
No encontro com os analistas do Santander, a Petrobras não divulgou uma cifra específica para esses projetos, mas afirmou que eles deverão ser mais baratos que a refinaria de Abreu e Lima. Uma parte dos custos será abatida pela competição promovida entre grandes fornecedores. A disputa foi vencida pela americana UOP LLC, que assinou os contratos no início de novembro. A companhia vai fornecer os projetos básicos e os primeiros detalhamentos da Premium I, que será erguida no Maranhão, e da Premium II, no Ceará. Além disso, a Petrobras espera que os benefícios fiscais sejam plenamente capturados pelos dois projetos - o que não deve ocorrer com a planta de Abreu e Lima. A redução de custos e benefícios fiscais, segundo a empresa, pode levar a uma revisão do orçamento dessas obras para baixo.
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5. 4. Qual é a expectativa de retorno dos projetos de refino?
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5/7 (Divulgação/Petrobras)
Segundo relatado pelos analistas do Santander, a Petrobras espera que o retorno dos investimentos downstream fique na faixa de 8% a 9%, em linha com o custo de capital desses projetos.
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6. 5. A Petrobras pode reduzir os investimentos downstream?
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6/7 (Divulgação/Petrobras)
A diretoria da empresa afirmou aos analistas do Santander que, se o mercado não confirmar as expectativas da empresa para a demanda de combustíveis, há total flexibilidade para remanejar os investimentos. Um ponto que permitiria mais rapidez a essa revisão é o fato de que, atualmente, 50% dos investimentos previstos se encontrarem na fase preliminar.
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7. 6. O preço da gasolina e do diesel vai subir?
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7/7 (Divulgação/Petrobras)
Para os analistas do Santander, o encontro com a diretoria da Petrobras terminou com a percepção de que não haverá mudanças no preço dos derivados de petróleo, no curto prazo. O reajuste da gasolina e do diesel seriam medidas para compensar o aumento dos custos dos projetos downstream, mas o banco não acredita em algo do tipo para breve.