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As mais novas vítimas da Amazon nos EUA

Chegou a vez das lojas de roupas sentirem o peso da concorrência com a Amazon.

Amazon: gigante agora ameaça varejistas no setor de vestuário (Carlos Jasso/ Illustration/Reuters)

Amazon: gigante agora ameaça varejistas no setor de vestuário (Carlos Jasso/ Illustration/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 17 de fevereiro de 2018 às 08h00.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2018 às 08h00.

No fim das contas, os consumidores dos EUA podem estar comprando mais roupas do que meias e cuecas na Amazon.

A Amazon.com está arrebatando parte das vendas de vestuário da Target, da Macy’s e da J.C. Penney, de acordo com um relatório divulgado na quinta-feira pela Coresite Research. A Amazon Fashion está empatada com a Target como a segunda varejista de roupa nos EUA, atrás do Walmart, de acordo com o número de compradores, concluiu a pesquisa. Mais de 20 por cento dos entrevistados disseram que transferiram uma parcela maior de seus gastos com vestuário da Macy’s e da J.C. Penney para a Amazon.

A unidade de vestuário da Amazon é sustentada pelos usuários que já são membros do site, de acordo com a pesquisa. Enquanto 46 por cento de todos os compradores de vestuário consultados disseram ter comprado roupas ou sapatos na Amazon nos últimos 12 meses, quase dois terços dos membros Prime fizeram isso, segundo a empresa de pesquisa.

"O crescimento adicional da adesão ao Prime será, pelo menos a curto prazo, a base sobre a qual a Amazon irá construir uma participação maior na categoria vestuário", afirmou Deborah Weinswig, diretora administrativa da Coresite Research, no relatório.

As conclusões chegam em um momento em que os varejistas tradicionais lutam para impulsionar suas vendas, especialmente na categoria vestuário, onde os gastos caíram. Os americanos gastam apenas 3,1 por cento do orçamento doméstico em roupas, de acordo com dados do governo, e desembolsam mais dólares em viagens, tecnologia e novas experiências.

Lojas virtuais novatas e redes de fast-fashion de baixo custo atraíram consumidores preocupados com as tendências e em busca de valor, afastando-os das lojas de departamento e dos varejistas que não oferecem descontos. Os varejistas sofreram um grande abalo nos preços, embora um ganho de 1,7 por cento em janeiro tenha oferecido certo alívio, de acordo com o último relatório de inflação do governo dos EUA.

Marcas próprias

A Amazon, com sede em Seattle, nos EUA, está trabalhando para aumentar sua participação nas vendas de roupas, lançando marcas próprias para preencher lacunas em sua oferta. A empresa está recorrendo a alguns dos maiores fornecedores de roupas esportivas para sua marca de vestuário esportivo, disseram pessoas a par da situação em outubro. Um em cada nove clientes já comprou roupas ou sapatos de uma marca própria da Amazon, de acordo com a Coresite Research. Nike, Under Armour e Hanes foram as marcas externas mais compradas pelos entrevistados.

Dizem que a Amazon é o prenúncio da morte de muitos varejistas americanos, mas Weinswig reconheceu que "nenhuma empresa de pesquisa sabe realmente "quanto a Amazon vende em roupas e calçados. A companhia não divulga essas informações.

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