Repórter de Negócios
Publicado em 28 de outubro de 2024 às 17h29.
A Associação Brasileira de Franchising (ABF) realizou um estudo inédito focado no crescimento do faturamento do mercado de franquias nas cidades brasileiras, destacando o desempenho econômico do franchising nas localidades. No topo do ranking aparece Goiânia, com crescimento de 25,59% no primeiro semestre de 2024, alcançando R$ 1,745 bilhão em faturamento, impulsionada pelo crescimento econômico do estado e pelo avanço das operações no interior.
O estudo, que compara o faturamento do primeiro semestre de 2024 com o mesmo período de 2023, destaca também Florianópolis (SC) e Curitiba (PR), com avanços de 24,10% e 21,11%, respectivamente.
A ABF atribui parte desse crescimento ao turismo fortalecido nas regiões Sul e Sudeste, como um reflexo da redireção de visitantes após o período de chuvas intensas no Rio Grande do Sul. Outras cidades importantes no ranking incluem Barueri (SP) na quarta posição, a primeira não-capital do ranking, e Campo Grande (MS) e Uberlândia (MG), ambas impulsionadas pelo agronegócio, com altas de 20,85% e 20,67%.
A análise das 30 cidades mostrou que o agronegócio é um motor importante para o setor de franquias no Brasil. Sete cidades no ranking têm suas economias fortemente associadas ao setor, incluindo Goiânia, Campo Grande, Uberlândia, Londrina, Ribeirão Preto, Cuiabá e Brasília. Esses municípios registraram crescimentos variando de 14,16% a 25,59%, refletindo uma demanda sólida por produtos e serviços gerados por franquias.
Tom Moreira Leite, presidente da ABF, destacou que o foco em faturamento revela dados importantes sobre os investimentos e a demanda por franquias em diferentes localidades. “Neste grupo de 30 cidades, quase todas estão acima de nossa projeção anual de crescimento, que é de cerca de 10%, impulsionando o setor como um todo”, diz.
Ele acrescenta que o interior paulista também ganha cada vez mais relevância, com cidades como Barueri, São José do Rio Preto, Sorocaba e Jundiaí apresentando crescimento expressivo, variando de 7,02% a 20,85%.
Entre os estados que mais cresceram, Mato Grosso aparece com alta de 29%, seguido de Goiás, Roraima, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Nos estados de Mato Grosso e Goiás, o faturamento subiu de R$ 2,119 bilhões para R$ 2,7 bilhões e de R$ 3,3 bilhões para R$ 4,1 bilhões, respectivamente, refletindo o aumento da demanda e a capacidade de adaptação das franquias ao mercado regional. Cidades desses estados, como Cuiabá e Goiânia, vêm atraindo redes de diversos segmentos, como alimentação, saúde e bem-estar, além de negócios relacionados ao agronegócio, como franquias de energia solar e mercados autônomos.
Posição | Cidade | 1° SEM 2023 | 1° SEM 2024 | % Variação Faturamento |
1º | Goiânia | R$ 1.389.736.638 | R$ 1.745.323.813 | 25,59% |
2º | Florianópolis | R$ 738.279.435 | R$ 916.230.503 | 24,10% |
3º | Curitiba | R$ 2.295.074.564 | R$ 2.779.587.728 | 21,11% |
4º | Barueri | R$ 730.416.796 | R$ 882.718.544 | 20,85% |
5º | Campo Grande | R$ 609.633.389 | R$ 736.718.532 | 20,85% |
6º | Uberlândia | R$ 605.505.073 | R$ 730.634.788 | 20,67% |
7º | Manaus | R$ 886.294.692 | R$ 1.057.579.305 | 19,33% |
8º | São José do Rio Preto | R$ 633.366.909 | R$ 749.074.826 | 18,27% |
9º | Maceió | R$ 558.031.638 | R$ 659.075.606 | 18,11% |
10º | Londrina | R$ 630.057.705 | R$ 742.187.832 | 17,80% |
11º | João Pessoa | R$ 553.123.940 | R$ 649.516.264 | 17,43% |
12º | Sorocaba | R$ 659.085.564 | R$ 772.920.192 | 17,27% |
13º | Ribeirão Preto | R$ 827.570.455 | R$ 968.126.017 | 16,98% |
14º | Fortaleza | R$ 1.242.276.898 | R$ 1.452.376.261 | 16,91% |
15º | Recife | R$ 1.306.291.282 | R$ 1.509.533.385 | 15,56% |
16° | São José dos Campos | R$ 738.575.181 | R$ 853.473.091 | 15,56% |
17° | São Bernardo do Campo | R$ 734.896.559 | R$ 846.319.615 | 15,16% |
18° | Guarulhos | R$ 813.028.815 | R$ 933.595.513 | 14,83% |
19° | Cuiabá | R$ 618.145.742 | R$ 708.708.551 | 14,65% |
20° | Jundiaí | R$ 587.751.927 | R$ 673.707.699 | 14,62% |
21° | Belém | R$ 796.737.729 | R$ 910.221.999 | 14,24% |
22° | Salvador | R$ 1.377.875.455 | R$ 1.573.299.737 | 14,18% |
23° | Brasília | R$ 2.432.757.638 | R$ 2.777.224.087 | 14,16% |
24° | Belo Horizonte | R$ 2.208.442.219 | R$ 2.519.979.756 | 14,11% |
25° | São Paulo | R$ 12.063.556.044 | R$ 13.713.126.242 | 13,67% |
26° | Niterói | R$ 729.416.979 | R$ 828.570.686 | 13,59% |
27° | Campinas | R$ 1.564.304.551 | R$ 1.770.197.907 | 13,16% |
28° | São Luís | R$ 731.255.650 | R$ 817.332.072 | 11,77% |
29° | Rio de Janeiro | R$ 5.696.370.137 | R$ 6.300.327.782 | 10,60% |
30° | Santo André | R$ 816.976.609 | R$ 874.357.412 | 7,02% |
TOTAL | R$ 45.574.836.213 | R$ 52.452.045.745 | 15% |
O estudo também apontou que as franquias de alimentação e saúde, beleza e bem-estar continuam como líderes em faturamento. Outros setores, como serviços financeiros, moda sustentável e mercados autônomos, mostraram crescimento significativo nos últimos trimestres, refletindo o interesse dos consumidores por novos modelos de negócios.
Em termos de formato, as lojas tradicionais ainda dominam, respondendo por 82,9% das operações, enquanto franquias em formato home-based estão em 13,6%, indicando a diversidade de modelos disponíveis no mercado.
Segundo a ABF, a tendência é que o setor de franquias continue a se expandir pelo interior do Brasil, fomentando o empreendedorismo e colaborando para o desenvolvimento regional.