São Paulo - Diversas empresas iniciaram o ano de 2015 com uma nova liderança. Algumas mudanças ocorreram em momentos de reestruturação da companhia, como no caso da Yara Internacional e Kraft Foods. Já outras trocas de liderança foram motivadas pela aposentadoria dos antigos presidentes, como aconteceu na Tiffany e Bunge. Os novos presidentes prometem transformações, como Ana Botín no Santander, e consolidações no mercado, caso de Bayard Gontijo na Oi. Confira nas imagens as empresas que começaram 2015 com um novo presidente.
O brasileiro Enderson Guimarães, executivo-chefe da unidade europeia da PepsiCo, será responsável pelas operações globais da companhia a partir de 2015. Segundo a Pepsico, Guimarães assumirá as atribuições do ex-presidente, Zein Abdalla. No entanto, apesar de assumir as funções de Abdalla, Guimarães não terá o título de presidente. Em vez disso, ele será vice-presidente executivo de categorias e operações globais, responsável pelas divisões de bebidas, petiscos e nutrição da Pepsi, além das áreas de compras e estratégia corporativa.
A morte de Emilio Botín levou Ana Patricia, sua filha, à presidência do Grupo Santander. Desde setembro, Ana Botín já vem imprimindo sua marca no banco que tem sido atingido por uma crise econômica há cinco anos na Espanha. Ela reformulou a administração do maior banco da zona do euro, marcando uma nova fase no grupo após ter assumido a direção da instituição financeira espanhola no lugar de seu pai.
O novo presidente-executivo da Oi, Bayard Gontijo, reafirmou esforços para redução da dívida e seu papel de "protagonista" na consolidação do setor de telefonia em seu primeiro discurso, em outubro. O ex-presidente da empresa de telecomunicações, Zeinal Bava, saiu repentinamente do comando após o calote de quase 1 bilhão de euros da holding Rioforte, do Grupo Espírito Santo.
Pedro Faria é o novo presidente global da BRF desde setembro, ao ser anunciado pelo Conselho de Administração. Ele já frequenta o alto escalão da empresa há alguns anos. Foi membro do conselho e, depois, CEO de Operações Internacionais. A relação entre Faria e a BRF, uma das maiores empresas de alimentos do país, já vem de anos. Faria foi um dos co-fundadores da Tarpon, gestora de investimentos. Desde 2003, a Tarpon já mantinha recursos na Sadia e emergiu como um dos maiores acionistas da recém-formada BRF, depois da fusão em 2009. Em 2011, Pedro Faria entrou para o conselho da BRF. Foi a Tarpon que levou Abílio Diniz do Pão de Açúcar à BRF, em 2013, para ocupar a cadeira de presidente do conselho da empresa.
O economista Paulo Leme foi anunciado como o novo presidente do escritório brasileiro do Goldman Sachs. Em setembro, Leme substituiu o mexicano Alejandro Vollbrechthausen, que comandou o escritório brasileiro do banco por quatro anos. O economista brasileiro era chairman do Goldman Sachs Brasil, chamado Brasil Banco Múltiplo AS, cargo criado em 2012 e ocupado por ele pela primeira vez.
Em novembro, o então presidente da International Paper, John Faraci, anunciou sua aposentadoria. Mark Sutton irá substitui-lo, assumindo o comando global da empresa. Sutton também foi escolhido para assumir a presidência do conselho de administração da empresa a partir de janeiro de 2015. Ele já atuava como vice-presidente sênior da International Paper. "A escolha de Sutton e outras mudanças que estamos anunciando reafirmam o compromisso contínuo da IP para levar a empresa a um futuro ainda mais bem-sucedido", disse Faraci, em comunicado.
Em 2015, Michael Kowalski irá se aposentar da presidência da Tiffany & Co., depois de trabalhar na joalheria por mais de 30 anos. Ele passou 15 anos como CEO e 11 como presidente do conselho. Quem assume o comando da segunda maior joalheria do mundo é Frederic Cumenal. Ele está na Tiffany desde 2011, quando assumiu o cargo de vice-presidente executivo. Desde o ano passado, ele também faz parte do conselho da companhia.
Raul Padilla substituiu Pedro Parente na presidência da Bunge para o Brasil, quando este se aposentou em maio. Parente tem 60 anos e liderou a reestruturação da Bunge no país, comandando a companhia desde 2010. Padilla era diretor global de agronegócio e presidente da Bunge Product Lines antes de assumir a missão.
Em meio às negociações sobre a fusão com a produtora de fertilizantes americana CF Industries, a norueguesa Yara International realizou uma mudança em seu comando. Em outubro, o conselho afirmou que seu então presidente, Jorgen Ole Haslestad, não era adequado para liderar a companhia. Ele se retirou do cargo de diretor executivo (CEO) e a empresa apontou Torgeir Kvidal para o cargo. Kvidal assumiu em outubro de 2014. Ingressou na norueguesa em 1991, como trainee.
Fabio Fossen assumiu a presidência da maior fabricante de pneus do mundo no início de novembro, depois da aposentadoria do argentino Ariel Depascuali. Uma das missões de Fossen é fortalecer a imagem da Bridgestone. Para isso, “vamos estar mais próximos de canais de venda”, afirmou o executivo, que vem de experiências no mercado de consumo, como Coca Cola e Ambev. Para isso, irão fortalecer os pontos de distribuição, além de abrir em novas áreas – o número exato ainda não foi definido. Já são mais de 600 lojas.
Mike Dolan terá a tarefa de gerenciar a Bacardi Ltd. a partir de sua sede em Bermuda. O presidente anterior, Ed Shirley, se aposentou em 2014. Ainda que a empresa familiar tenha anunciado a nomeação a seus acionistas em novembro, não o havia divulgado publicamente até janeiro de 2015. Dolan foi contratado pela empresa familiar de bebidas em maio de 2014, depois de ter sido CEO da IMG Worldwide. Ele já era presidente do conselho de administração desde 2009.
O novo presidente da Crocs assumirá no final de janeiro para fazer a empresa voltar a crescer. Depois de John McCarvel ter pendurado as chuteiras - ou sandálias - em abril, Gregg Ribatt irá assumir como presidente executivo da empresa. A fabricante de calçados viu sua receita cair em cinco dos últimos seis trimestres, abalada pela queda da popularidade e falta de inovação. Sob a liderança de Ribbat, a companhia irá remodelar os seus calçados e focar em faturamento.
A Kraft Foods precisa de mudanças, segundo seu conselho de administração. Por isso, o presidente do conselho de administração da companhia, John Cahill, assumiu o cargo de executivo-chefe, em substituição a Tony Vernon, que irá se aposentar. Apesar de Cahill ter assumido em dezembro, Vernon permanecerá na Kraft como consultor até março e fará parte da diretoria executiva até a próxima reunião anual da empresa, em 2015. "O conselho e Tony concordam sobre a necessidade de acelerar o ritmo de mudanças", disse em comunicado o membro do conselho Mackey McDonald. A Kraft vem enfrentando dificuldades para se adaptar às mudanças nos hábitos alimentares dos consumidores.
Trident, Lacta e Sonho de Valsa passarão para uma nova liderança. Cyro Gazola é o novo presidente da Mondelez para o Brasil desde novembro de 2014. Com mais de 25 anos de experiência nacional e internacional no setor de varejo, Gazola já passou por empresas como Phillips e Procter & Gamble e, agora, irá conduzir a empresa por uma mudança organizacional em 2015. Em seu perfil no LinkedIn, Gazola afirmou que “assumi a gerência geral da Mondelez no Brasil, integrando uma equipe incrível, focado em acelerar sua posição de liderança no setor de chocolates, biscoitos, chicletes e doces”.
Uma tragédia colocou um fim ao comando de Christophe de Margerie na Total. O presidente do grupo petroleiro francês faleceu em um acidente com seu jato particular, em Moscou. O Conselho de Administração nomeou dois diretores para suceder seu CEO. O novo diretor geral passou a ser Patrick Pouyanné e o presidente Thierry Desmarest, que era presidente de honra. Pouyanné assumirá mais adiante como o CEO, o presidente e diretor-geral da multinacional.
Alessandro Carlucci deixará a presidência da Natura, após dez anos no cargo. Seu sucessor será Roberto Lima. Lima foi conselheiro de administração da Natura de 2012 a 2014, além de ter passado pela presidência da Vivo e, mais recentemente, foi chairman do grupo de mídia Publicis. A troca de cargo ocorreu em setembro, mas Carlucci, há 25 anos na empresa, ficou até o final do ano para a transição.
Uma briga de acionistas terminou na demissão do presidente e do diretor industrial da Usiminas. A disputa entre a Ternium e o Grupo Nippon levou as ações da maior produtora de aços planos do Brasil a despencarem em setembro. Um mês depois, a Ternium, subsidiária do grupo ítalo-argentino Techint, anunciou a nomeação de Rômel de Souza para presidente de do executivo Tulio Chipoletti como vice-presidente industrial da maior produtora de aços planos do Brasil. Segundo a Ternium, que divide o grupo de controle da Usiminas com o grupo japonês Nippon Steel, a nomeação de Chipoletti, que ficará no cargo temporariamente, foi tomada por consenso.
Prometendo fazer "todas as mudanças necessárias" na maior produtora de cobre do mundo, Nelson Pizarro tomou posse como o novo presidente-executivo da Codelco no Chile. A mudança aconteceu em setembro, enquanto a empresa embarca em um plano de investimento ambicioso multibilionário. Pizarro disse que vai levar de dois a três meses para auditar projetos e que ajustes de pessoal serão realizados.
Middle East Airlines permanece operando no Líbano, mesmo diante de bombardeios e tensões com Israel e Hizbollah, consolidando-se como "a companhia mais corajosa do mundo".