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Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2011 às 17h32.
São Paulo – Com a aquisição da Atimus, a TIM expande sua atuação fora do mercado de celulares , em banda larga residencial e comercial. A empresa já havia entrado nesse segmento com a compra da Intelig, em 2009. Ao comprar a Atimus, a operadora amplia suas possibilidades nesse mercado, mas ainda terá de enfrentar seus rivais. Hoje, juntas, Oi, Net e Telefônica detêm cerca de 80% do mercado de banda larga.
“Hoje a competição no setor passa mais pela banda larga”, disse Juarez Quadros, sócio da Orion Consultores e ex-ministro das Comunicações. O mercado brasileiro de internet movimenta de 100 bilhões de reais, segundo Luca Luciani, presidente da TIM Brasil. Metade desse total concentra-se em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O crescimento do mercado foi mais forte nos últimos dois anos, segundo Rosângela Ribeiro, analista da SLW. Agora, as empresas tem outras oportunidades com o Plano Nacional de Banda Larga e a mudança no projeto de lei da TV por assinatura, por exemplo. “As outras (Oi, Claro e Vivo) se tornaram grupos muito grandes e fortes no setor; a TIM tem que fazer algo para acompanhar”, disse.
O mercado de telefonia fixa está praticamente congelado no país – o crescimento anual é de cerca de 1%, segundo Quadros. Já em celulares, o crescimento foi de 17% entre 2010 e 2009, pouco abaixo do crescimento de 19% da banda larga. Mas muitos já duvidam da capacidade deste mercado de continuar crescendo em ritmo forte, pelo simples motivo de que já há mais celulares do que brasileiros. Há mais de 213 milhões de celulares no país - para mais de 180 milhões de habitantes.
A internet soma mais de 42 milhões de acessos - a maior parte desse total vem da banda larga móvel. “Hoje todo mundo se prepara mais para o mercado de banda larga, que é mais promissor e é o que as empresas precisam”, disse Quadros.
Voo solo
“O crescimento é significativo, tanto que as empresas acabam fazendo seus investimentos mais por conta da operação de banda larga”, disse Quadros. A Telefônica, por exemplo, já havia anunciado que, em 2011, pretendia aumentar esforços em serviços de banda larga a consumidores via fibra ótica. A meta da empresa, no final do ano passado, era alcançar 1 milhão de clientes em 2015.
Para as redes, é mais fácil crescer na banda larga móvel do que na fixa, que exige investimentos mais volumosos. E o mercado de banda larga é muito competitivo, segundo Quadros. “Pelo market share, a empresa com mais participação não passa de 30%; todas estão perto umas das outras”, disse.
A Claro é pertence ao bilionário Carlos Slim, que também é dono da Embratel e já indicou que pretende unir, de algum modo, essas operações. A Oi controla a Brasil Telecom, forte em telefonia fixa e banda larga. E a Vivo passou ao controle integral da Telefônica em meados do ano passado, e deve, em algum momento, unir suas operações com a Telesp, o braço de telefonia fixa do grupo. A TIM, por sua vez, não está associada a nenhuma das concessionárias de telefonia fixa.
“Tudo em que a TIM puder trazer mais competitividade é interessante”, disse Quadros. Para se manter no mercado, a TIM precisará ser, cada vez menos, uma operadora de celular. A dúvida é se ainda há espaço fora de seu mercado principal para crescer.