Logo da Apple em vitrine de loja: acumulação de caixa pode ajudar as empresas a manter notas de crédito altas (Anthony Wallace/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 23h14.
San Francisco - As empresas americanas fora da indústria das finanças estão retendo mais caixa nos seus balanços do que nunca, com US$ 1,64 trilhão no final de 2013.
É 12 por cento a mais do que o recorde anterior, de 2012, disse hoje em um relatório a Moody’s Investors Service. As empresas de tecnologia lideraram a carga, com a Apple, a Microsoft, a Google e a Verizon Communications no topo da lista de empresas com muito caixa.
A acumulação de caixa pode ajudar as empresas a manter notas de crédito altas e garantir que a dívida no curto prazo possa ser paga se houverem oscilações ou interrupções nos mercados de capitais, escreveu no relatório o analista de crédito da Moody’s Richard Lane. Altos níveis de caixa também podem atrair os acionistas ativistas, que podem enfraquecer a nota de crédito de uma empresa, ou encorajar as empresas a tomarem decisões arriscadas, como aquisições caras.
A Apple, cujo caixa passou de US$ 5,46 bilhões em 2004 para US$ 158,8 bilhões, agora possui 9,7 por cento do total de caixa corporativa fora da indústria financeira. A empresa com sede em Cupertino, Califórnia, que reinstaurou os dividendos em 2012, foi almejada por Carl Icahn por não devolver suficiente dinheiro aos acionistas. Icahn abandonou sua campanha em fevereiro, depois que a companhia aumentou as reaquisições.
As empresas de tecnologia possuíam US$ 309 bilhões a mais de caixa no final do ano passado do que em 2009, o que representa 53 por cento do aumento para as companhias não financeiras.
As empresas na indústria de tecnologia mantiveram US$ 450 bilhões no exterior: 47 por cento da caixa corporativa mantida fora dos EUA.
Brechas legais
As empresas andam colocando mais dinheiro em países com impostos baixos, aproveitando brechas legais no código fiscal dos EUA. As multinacionais com sede nos EUA acumularam US$ 1,95 trilhão fora do país, 11,8 por cento a mais do que um ano atrás, conforme documentos de valores de 307 corporações revisados pela Bloomberg News. Três empresas com sede nos EUA – a Microsoft Corp., a Apple e a International Business Machines Corp. – acrescentaram US$ 37,5 bilhões, 18,2 por cento do aumento total.
O dispêndio de capital de US$ 869 bilhões e pagamentos de dividendos por US$ 365 bilhões alcançaram os valores mais altos em sete anos no ano passado, ao passo que o gasto em aquisições e na reaquisição de ações caiu, conforme a Moody’s.