Grandes empresas de tecnologia estão sujeitas ao acordo internacional (File Photos/Reuters)
Denyse Godoy
Publicado em 29 de julho de 2020 às 06h43.
Última atualização em 7 de outubro de 2020 às 15h48.
Os presidentes de quatro gigantes americanos do setor de tecnologia – Apple, Amazon, Google e Facebook – vão depor remotamente nesta quarta-feira, 29, à Subcomissão Antitruste do Congresso dos Estados Unidos. A audiência com Tim Cook, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Mark Zuckerberg está marcada para o meio-dia de Washington, DC (13h de Brasília).
O principal tema dos depoimentos é a suspeita de práticas anticoncorrenciais por parte das empresas do Vale do Silício, objeto de uma investigação em andamento há mais de um ano que já reuniu 1,3 milhão de documentos. “Considerando o papel central que essas empresas ocupam na vida dos americanos, é essencial que os executivos sejam transparentes”, disseram, em nota à imprensa, o presidente da Comissão Judiciária da Câmara dos Deputados, deputado Jerrold Nadler, e o presidente da Subcomissão Antitruste, David Cicilline.
Um dos focos da investigação é a aquisição, pelas grandes empresas de tecnologia, de concorrentes de menor porte na última década. Outra questão é como as companhias empregam os dados dos seus usuários para proteger a sua posição no mercado.
O depoimento conjunto deve ajudar os parlamentares a identificar estratégias de negócios eventualmente nocivas ao consumidor. Dependendo das conclusões, que podem ser divulgadas ainda neste trimestre, as companhias poderiam até ser obrigadas a vender unidades de negócio. Outra possibilidade é o endurecimento da legislação antitruste americana.
É raro que o Congresso reúna tantos executivos de alto nível na mesma audiência. E justo na semana em que as empresas divulgam os balanços referentes ao segundo trimestre de 2020, o que significa que os investidores têm muito motivo para ficar cautelosos. A Alphabet, holding que controla o Google, a Apple, o Facebook e a Amazon anunciam seus resultados amanhã, após o fechamento da bolsa.
Durante a pandemia do novo coronavírus, as ações dessas companhias dispararam com o aumento do uso de serviços digitais, mas só agora vai se saber quem aproveitou melhor as oportunidades abertas pela crise. O futuro, seja pelo rumo da covid-19 quanto da investigação antitruste, está bem turvo.