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Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2012 às 14h44.
O empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, deve se encontrar com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no início da tarde desta terça-feira. A reunião foi confirmada nesta manhã. O bilionário visitará o ministro depois de ter causado furor no mercado de ações na semana anterior. Em apenas dois dias, as ações da petrolífera do grupo, a OGX, despencaram mais de 40%, após o surgimento de dúvidas sobre a capacidade da empresa de extrair petróleo da Bacia de Campos.
A indicação inicial da OGX era de que seria possível uma exploração de 40 mil barris/dia. Contudo, esse número recuou progressivamente até chegar aos 5 mil barris/dia divulgados na semana passada.
O desempenho da empresa acabou afetando todas as companhias do grupo EBX e o Ibovespa. Apesar da leve recuperação entre sexta-feira e segunda-feira, as incertezas permanecem. No caso da OGX, será preciso uma valorização de 32,8% nos papéis para que se chegue ao mesmo patamar do início da semana passada - antes do grande tombo. Na última quinta-feira, Eike demitiu o presidente da OGX, Paulo Mendonça, e designou Luiz Eduardo Guimarães, atual executivo da OSX, para comandar a empresa.
Subiu no telhado - Não bastasse a crise de confiança que recai sobre o empresário, a siderúrgica chinesa Wuhan Iron and Steel Company (Wisco) desistiu de construir uma usina no Brasil, um projeto de 5 bilhões de dólares em investimentos. O acordo para a execução do projeto no estado do Rio de Janeiro foi assinado em abril de 2010 entre a Wisco e a empresa brasileira de logística LLX, também do grupo EBX. Segundo a empresa, os altos custos e a queda da demanda mundial de aço foram os principais motivos que levaram ao cancelamento do projeto.
Se fosse concretizado, o projeto seria o investimento chinês mais importante realizado no Brasil e o maior da China em uma empresa estrangeira, como chegou a afirmar o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Os custos aumentaram exponencialmente, enquanto a usina, que seria construída na zona industrial do Porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro, também precisaria de 300 km de ferrovias para ser conectada a uma mina de ferro da Wisco.
Além do próprio fraco mercado brasileiro de aço, a empresa também não conseguiu garantir um fornecimento de carvão coque estável e a um preço competitivo, segundo fontes ligadas à empresa.