Negócios

Após tropeços, Sanofi tenta voltar a crescer no Brasil

Aquisição da Medley abriu a temporada de um longo e intenso movimento de consolidação do setor no País


	Funcionário em fábrica da Sanofi: aquisição também abriu a temporada de um longo e intenso movimento de consolidação do setor no País
 (Vincent Moncorge/ Sanofi via Bloomberg)

Funcionário em fábrica da Sanofi: aquisição também abriu a temporada de um longo e intenso movimento de consolidação do setor no País (Vincent Moncorge/ Sanofi via Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2015 às 09h31.

São Paulo - Comprada a peso de ouro em 2009, por R$ 1,5 bilhão, a farmacêutica Medley garantiu ao grupo francês Sanofi a liderança absoluta em medicamento genéricos e o título de maior laboratório do mercado brasileiro.

Essa aquisição também abriu a temporada de um longo e intenso movimento de consolidação do setor no País.

Tudo parecia conspirar a favor da Sanofi, uma das maiores farmacêuticas do mundo, mas o que se viu nos anos seguintes foi uma sucessão de atropelos, que agora, sob nova gestão, a companhia pretende estancar.

Nos últimos dois anos, a empresa trocou duas vezes de presidente - Heraldo Marchezini, cria da Sanofi, foi demitido em meados de 2013, e Patrice Zagamé, ex-Novartis, que o substituiu, não chegou a ficar um ano no cargo.

Nesse período, a farmacêutica perdeu a liderança na venda de medicamentos totais para a nacional EMS e encerrou 2014 na terceira posição, atrás da Hypermarcas.

Em genéricos, foi também ultrapassada pela EMS e já está com a vice-liderança ameaçada.

O desafio de reverter esse cenário está nas mãos do executivo suíço Pius Hornstein, que chegou em janeiro para assumir a presidência da companhia no País.

Pela frente, ainda enfrentará os impactos da desaceleração da economia no setor (leia texto abaixo). A receita global da multinacional foi de 33,7 bilhões em 2014.

O Brasil está entre os cinco principais países em faturamento, com vendas brutas em torno de R$ 9 bilhões, incluindo saúde humana e animal.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Hornstein garante que está preparado para colocar a companhia na rota de crescimento novamente.

A Sanofi, que atua em várias frentes de negócios - medicamentos com e sem prescrição, genéricos e doenças raras, vacinas e saúde animal -, tem hoje menos de 10% de seus produtos protegidos por patentes.

"O grupo está ampliando o portfólio de produtos inovadores, que promete garantir receita", diz.

Hornstein cita dois medicamentos que já estão em avaliação de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): um que atua no combate a diabetes e outro para tratar alta taxa de colesterol no sangue.

Até 2020, há expectativa de lançar 18 produtos que estão em desenvolvimento.

Já nos remédios sem patente, o grupo se prepara para lançar novas categorias de similares e genéricos, além de produtos isentos de prescrição (OTC), muito consumidos no Brasil.

"Nos próximos meses, ainda vamos colocar no mercado a vacina contra a dengue (leia mais ao lado)", completa Hornstein.

O executivo reconhece o avanço dos concorrentes nacionais - que adotam postura agressiva de preços, principalmente em genéricos - e as dificuldades de distribuição de produtos, devido ao tamanho do País.

Para simplificar a logística atual do grupo, a Sanofi vai investir 200 milhões na construção de um grande centro de distribuição em Guarulhos (Grande São Paulo).

Os aportes serão feitos ao longo dos próximos cinco anos para a construção de um complexo de 36 mil metros quadrados.

"É o equivalente a quase cinco estádios de futebol", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas francesasIndústria farmacêuticaRemédiosSanofi

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'