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Após IPO, d1000 tem queda na receita mas mostra primeiro lucro do ano

Rede de drogarias teve queda de 13,5% no faturamento, impactada pelas lojas de shopping, e lucro de R$ 1,5 milhão Empresa promete 30 novas unidades em 2021

Loja da rede d1000 em Duque de Caxias (RJ): após uma série de aquisições e capitalização, consolidação da estratégia de crescer nas periferias, com lojas populares, para fugir da saturação dos grandes centros  (André Valentim/Exame)

Loja da rede d1000 em Duque de Caxias (RJ): após uma série de aquisições e capitalização, consolidação da estratégia de crescer nas periferias, com lojas populares, para fugir da saturação dos grandes centros (André Valentim/Exame)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 11h53.

Última atualização em 5 de novembro de 2020 às 11h57.

A rede de farmácias d1000 teve seu primeiro lucro do ano no terceiro trimestre, com 1,5 milhão de reais. O resultado positivo na última linha do balanço veio após a abertura de capital da companhia, realizada em agosto. Ainda assim, nem tudo são boas notícias: a receita foi de 263 milhões de reais, queda de 13,5% em relação ao mesmo período de 2019.

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O faturamento foi impactado principalmente pelo desempenho das lojas em shoppings, que ainda sofrem com restrições de funcionamento por conta da pandemia do novo coronavírus, e pelo encerramento de lojas no período – foram dez unidades fechadas no segundo trimestre de 2020. A empresa é dona das marcas Drogasmil, Farmalife, Tamoio e Rosário.

Ainda assim, mesmo que desconsiderado esses fatores, a queda na receita ainda é de 2,7%, desempenho abaixo de outras empresas do setor. Segundo Sammy Birmarcker, CEO da d1000, isso se deve ao baixo ritmo de inaugurações de novas lojas na rede. Desde o início do ano, a d1000, abriu nove lojas e fechou treze.

Com dinheiro em caixa, a meta é acelerar as inaugurações. Junto com os números do trimestre, a companhia divulgou fato relevante para informar que vai abrir 30 novas lojas em 2021. “Na maioria das concorrentes, o crescimento traz embutido o percentual de lojas abertas há menos de um ano. Para nós, esse efeito será perceptível no primeiro trimestre do ano que vem”, afirmou Birmarcker em teleconferência com investidores. O executivo não revelou quantas aberturas estão previstas para o quarto trimestre de 2020.

Menos dívidas, mais lucro

Com a redução nas vendas, o lucro ao final do trimestre se deve a redução de despesas, bom desempenho do segmento de higiene e beleza, que tem margens maiores e a uma nova política de preços da companhia para fazer frente à concorrência. A margem bruta da d1000 no período foi de 32%, algo fora da curva na visão dos executivos.

Outro ponto que contribuiu foi resultado financeiro. Parte dos 460 milhões levantados na abertura de capital será usada para sanar dívidas e isso já começa a aparecer nos números da companhia. No terceiro trimestre, a d1000 r4eduziu a dívida bruta em 107 milhões de reais, o que levou a relação caixa/dívida de -203 milhões de reais no segundo trimestre para 142 milhões de reais positivos no terceiro trimestre. As renegociações com bancos devem continuar.

O presidente da d1000 também comentou o desempenho da RD, líder no setor de drogarias, que teve lucro 174,7 milhões de reais no trimestre, alta de 19,5% em relação a 2019. “É muito bom estar em um setor em que o líder te inspira e é um benchmark”, afirmou. No entanto, Birmarcker disse que o modelo prioritário da d1000 agora, de lojas populares, é bem diferente do modelo da RD, o que afasta uma concorrência mais direta.

O segmento de drogarias está aquecido após uma onda de emissões de ações na bolsa de valores, a B3. As estratégias e disputas no setor são tema de reportagem na edição mais recente de EXAME (leia abaixo).

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