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Apesar de turbulências, Nissan mantém estratégia para América Latina

Em visita que marca início da produção de nova caminhonete em Córdoba, diretor disse que Brasil e Argentina são dois polos de produção de veículos

Nissan: companhia investiu US$ 600 milhões no complexo industrial da Renault em Córdoba para fabricar 70 mil caminhonetes por ano (Keith Tsuji/Getty Images)

Nissan: companhia investiu US$ 600 milhões no complexo industrial da Renault em Córdoba para fabricar 70 mil caminhonetes por ano (Keith Tsuji/Getty Images)

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EFE

Publicado em 30 de julho de 2018 às 17h29.

Córdoba - As estratégias de investimento da Nissan na América Latina seguirão em curso apesar das turbulências econômicas de curto prazo na região, afirmou nesta segunda-feira o diretor-geral da montadora, Hiroto Saikawa.

Em visita que marcou o início da produção da nova caminhonete Frontier NP300 em Córdoba, Saikawa destacou que Brasil e Argentina são dois polos de produção de veículos para o mercado latino-americano junto com a sólida presença da empresa no México.

"Nossa estratégia de investimentos se mantém sem mudanças e a crise atual na Argentina não representa um problema", disse Saikawa, que expressou apoio às reformas empreendidas por Mauricio Macri.

"A Argentina tem um enorme potencial se for bem administrada. Macri e sua equipe estão fazendo um bom trabalho e vão pelo caminho correta. Se conseguirem gerir as turbulências de curto prazo, a comunidade internacional acreditará na viabilidade da economia do país. Pela nossa parte, estamos convencidos de que a nossa estratégia de investimentos é sólida", afirmou.

Minutos antes, o presidente argentino ressaltou a importância do investimento da Nissan na fábrica de Santa Isabel de Córdoba como um sinal do forte apoio da fabricante ao mercado argentino.

A Nissan investiu US$ 600 milhões no complexo industrial da Renault em Córdoba para fabricar 70 mil caminhonetes por ano. Serão gerados 1 mil empregos diretos e 2 mil indiretos.

A fábrica deve produzir 9 mil unidades da nova Frontier até o fim do ano. Em 2019, a estimativa é de uma produção de 50 mil unidades, segundo o presidente da Nissan para América Latina, José Luis Valls.

Com a linha de montagem de Córdoba, a Nissan passa a ter dos centros de produção na América Latina, com o objetivo de estar em alguns anos entre as três principais montadoras da região. A outra fica no complexo industrial de Resende, no estado do Rio de Janeiro.

Além disso, a Nissan possui uma importante fábrica em Aguascalientes, no México, que tem como objetivo abastecer o mercado interno do país e a demanda dos Estados Unidos.

A Argentina passa integrar com a nova fábrica a rede de produção global da Frontier, que inclui México, Tailândia e Espanha. Atualmente, a montadora produz 300 mil caminhonetes em todo o mundo e líder no segmento na indústria automotiva.

Sobre as repercussões do aumento de tarifas e o conflito comercial iniciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o diretor-geral da Nissan mostrou cautela sobre os impactos das medidas, mas disse que nada mudará para a empresa.

"Os EUA são um enorme mercado para a Nissan e para outros fabricantes. Respeitamos sua política e observamos suas decisões ao mesmo tempo que respaldamos o livre comércio. É preciso ter muito cuidado com certas mudanças", explicou Saikawa.

Macri destacou recentemente que os conflitos comerciais internacionais de Trump provocaram a volatilidade que desvalorizou o peso argentino em relação ao dólar nos últimos meses.

O presidente também citou a alta dos preços do petróleo e a seca que afetou a safra argentina. Devido à crise, o país foi obrigado a recorrer a um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O governador da província de Córdoba, Juan Schiaretti, classificou o início da produção da Frontier como um dia histórico porque constitui um apoio à região como "berço da indústria automotiva da Argentina".

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