(Andrew Harrer/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de julho de 2020 às 07h39.
Última atualização em 3 de julho de 2020 às 18h09.
Presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg parece não estar tão preocupado com o boicote promovido contra a empresa, afirmaram alguns funcionários que estiveram presentes em reunião com o fundador da rede social. Segundo o site americano especializado em tecnologia The Information, o executivo teria dito que estava relutante a encarar o movimento e chegou a apostar que os anunciantes voltariam para a plataforma em breve.
De acordo com esses funcionários, Zuckerberg deu a declaração na sexta-feira, 26, em uma reunião virtual. No mesmo dia, o movimento liderado pela campanha Stop Hate For Profit tinha o apoio de grandes empresas como Unilever e Verizon. A campanha pressiona o Facebook para ser mais ativo na remoção de conteúdos com discursos de ódio. No mesmo dia, o presidente do Facebook divulgou um comunicado, afirmando que iria proibir outras categorias, consideradas como discurso de ódio, principalmente as relacionadas à alegações de violência e segurança por parte de grupos étnicos e religiosos.
Segundo o The Information, para Zuckerberg, a maior preocupação é relacionada à reputação e parcerias de sua empresa e não necessariamente às finanças. A emissora americana CNN mostrou que só três dos maiores anunciantes do Facebook - Microsoft, Starbucks e Pfizer - haviam aderido ao boicote.
“Não mudaremos nossas políticas por causa de uma ameaça a uma pequena porcentagem de nossa receita ou para qualquer porcentagem de nossa receita”, teria dito ainda Zuckerberg a funcionários. Hoje, uma parte considerável do que o Facebook fatura vem de pequenos anunciantes - segundo estudo feito pela Bloomberg, caso a rede perca 25 de seus 100 maiores anunciantes, a queda na receita em um trimestre seria de US$ 250 milhões. Pouco para uma empresa que fatura US$ 17 bilhões em três meses.
Brasil
No País, o movimento Sleeping Giants, que tem convidado anunciantes a retirar campanhas de sites que propagam desinformação, começou ontem a fazer o mesmo com o Facebook. A iniciativa chegou a pedir até que aplicativos de entrega redirecionem o dinheiro de campanhas em redes sociais para seus entregadores, em uma ligação com a greve realizada na última quarta-feira.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.