Novo prazo: serão 60 dias para que os clientes sejam direcionados para as operadoras Unimed Fesp, Unimed Seguros ou Central Nacional Unimed (Unimed/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2015 às 06h34.
São Paulo - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) prorrogou nesta terça-feira, 17, o prazo para que os beneficiários da Unimed Paulistana sejam transferidos para outras operadoras.
Serão 60 dias para que os clientes sejam direcionados para as operadoras Unimed Fesp, Unimed Seguros ou Central Nacional Unimed.
No último dia 3, a agência tinha estabelecido um prazo de 15 dias para que a migração fosse realizada. Em nota, a Unimed do Brasil informou que "ainda não possui o número consolidado de beneficiários que realizaram a portabilidade extraordinária".
No início deste mês, a Unimed Paulistana contabilizava que 94 mil beneficiários já tinham migrado para outros convênios e 500 mil continuavam tendo assistência da operadora.
A ANS ampliou também a portabilidade prevista do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para todos os contratos, independentemente do número de vidas. Antes, ela era direcionada para beneficiários de planos individuais/familiares e coletivos com menos de 30 vidas. Os beneficiários não vão cumprir carência.
O TAC foi assinado em 30 de setembro entre a agência, a Unimed do Brasil, as três operadoras que vão receber os beneficiários, Procon-SP, o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual. A medida beneficiou 155,3 mil clientes.
Segundo a agência, os clientes podem realizar a portabilidade sem a necessidade de intermediários apenas apresentando o cartão do plano de saúde, comprovante de residência, RG, CPF e comprovantes de pagamentos referentes aos últimos seis meses.
Em setembro deste ano, por determinação da ANS, a Unimed Paulistana teve de transferir seus 744 mil beneficiários para outras operadoras. A medida foi tomada após a agência constatar problemas financeiros e administrativos na operadora.
Dívida
A dívida da Unimed Paulistana com hospitais particulares que prestavam serviço para a operadora chega a R$ 210 milhões, segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp).
Presidente do conselho de administração da associação, Francisco Balestrin diz que o problema teve início há cerca de dois anos e que, só entre os associados, há 19 hospitais afetados pelo problema.
"O que esperávamos é que a Unimed Paulistana tivesse recursos suficientes para pagar os prestadores de serviço de saúde, mas ficamos surpresos, porque ela não tem. Temos a sensação de que não vamos receber o que estão devendo para os hospitais da Anahp nem para outros prestadores de saúde. Há quase dois anos já temos esse sentimento de que a Unimed Paulistana estava fraquejando, sempre atrasando e buscando renegociações. Muitos hospitais acabaram rompendo o contrato", afirma.
Balestrin diz que não há informações sobre o prazo para o pagamento das dívidas. A operadora também não informou quando o valor será quitado.