Ainda segundo o Fato Relevante, a conclusão da operação está sujeita à negociação e celebração dos documentos definitivos, bem como à aprovação do CADE. (mixetto/Getty Images)
Karina Souza
Publicado em 27 de outubro de 2021 às 19h50.
Última atualização em 27 de outubro de 2021 às 20h59.
O grupo Ânima e a Vivo anunciaram nesta quarta-feira uma joint-venture na área de educação. Segundo o fato relevante comunicado pela holding de ensino, cada uma das empresas terá 50% de participação na nova empresa (ainda sem nome) que deverá entrar em operação em 2022, com uma equipe totalmente independente.
A ideia é que a Ânima entre com o know-how de educação -- já que tem mais de 18 anos de trajetória no setor -- e a Telefônica Vivo ofereça a expertise em ofertas de serviços digitais. A nova plataforma deve trazer educação continuada e foco em empregabilidade em áreas como Tecnologia, Gestão, Negócios e Turismo.
Em entrevista à EXAME, Daniel Castanho, fundador e presidente do conselho de administração da Ânima Educação, afirma que o lançamento do produto condiz bastante com o momento atual de pandemia, em que muitas pessoas estão repensando a própria carreira ou tiveram que trocar de emprego. Em relação ao público-alvo da nova ferramenta, ele é claro "todos os que quiserem aprender".
A operação lembra bastante a aliança entre Cogna Educação (ex-Kroton) e TIM para ensino à distância pelo celular. A joint-venture formada por ambas vai oferecer mais de 400 cursos livres e mais de 250 cursos de graduação e pós-graduação, em modalidade de ensino 100% digital. O principal público-alvo é justamente a base de 50 milhões de usuários da operadora. Em menor grau, também lembra a trilha de aprendizado da faculdade Saint Paul -- essa, mais focada em ensino de finanças.
Ainda segundo o Fato Relevante, a conclusão da operação está sujeita à negociação e celebração dos documentos definitivos, bem como à aprovação do CADE.
Questionado a respeito do diferencial que Ânima e Vivo vão oferecer por meio da nova empresa, Daniel Castanho, fundador e presidente do grupo Ânima, afirma que é o foco em ir além do conteúdo.
"Há plataformas que só distribuem conteúdo e outras só desenvolvem metodologia. No nosso caso, queremos entender desde pontos como a forma de aprendizado dos usuários, se são mais visuais e menos visuais, por exemplo, além de oferecer conteúdos síncronos e assíncrononos e fomentar uma comunidade em torno do aprendizado. Tudo isso, é claro, como uma análise de dados bastante sofisticada", diz Daniel. A plataforma não deve oferecer todos esses recursos "de largada", mas passará por um processo de fases até que tudo isso esteja de pé.
Em relação ao público potencial consumidor, a Ânima tem uma comunidade de aprendizagem com cerca de 350 mil pessoas e a Vivo tem 97 milhões de acessos, segundo os dados divulgados pela companhia no terceiro trimestre. Público em potencial, não falta, mas o executivo não dá detalhes de como a estratégia para atrair usuários deve se desenrolar.
"Nas nossas perspectivas mais pessimistas, o resultado ainda é excelente. Então, acredito muito no potencial dessa ferramenta nos números e fora deles. Queremos, de verdade, contribuir para a transformação do ensino no Brasil, junto com a Vivo", diz Daniel.