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Anfavea vê riscos de mais paradas de fábricas por falta de chips

Usados em veículos em sistemas que vão dos freios, passando pelo motor e até em entretenimento e comunicação, os chips são essenciais no processo produtivo do setor automotivo

Medida vale para pessoas com deficiência e motoristas profissionais. (Paulo Whitaker/Reuters)

Medida vale para pessoas com deficiência e motoristas profissionais. (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de junho de 2021 às 13h35.

As montadoras de veículos do país atingiram uma espécie de teto de produção nos primeiros cinco meses deste ano, bem abaixo de sua capacidade e do desempenho apresentado antes da chegada da pandemia ao país, em meio a problemas que incluem a crise global na oferta de chips.

Usados em veículos em sistemas que vão dos freios, passando pelo motor e até em entretenimento e comunicação, os chips são essenciais no processo produtivo do setor automotivo. E a crise na oferta de semicondutores tem feito a indústria de veículos global trabalhar com a perspectiva de amargar uma perda de produção de 3% a 5% no número de unidades montadas este ano.

"Chegamos a um platô ao redor de 200 mil veículos (por mês) nos primeiros cinco meses por conta da restrição na oferta de componentes, em especial de semicondutores", disse o presidente da associação brasileira de montadoras de veículos, Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a jornalistas.

"As montadoras estão tentando mitigar o risco de parada de produção por falta de semicondutores", afirmou, referindo-se ao segundo semestre e avaliando que apenas em 2022 é que a indústria global poderá ter uma situação de equilíbrio entre oferta e demanda do componente.

Embora a produção de veículos tenha subido 55,6% nos primeiros cinco meses do ano em relação ao mesmo período de 2020, para 981,5 mil unidades, a capacidade do setor é de cerca de 5 milhões de unidades por ano. Em 2019, a indústria fabricou 1,24 milhão de veículos no mesmo intervalo.

Como as vendas no período subiram quase 32%, para 891,7 mil veículos, o setor terminou maio com estoques suficientes para 15 dias de vendas, ou 96,5 mil unidades, segundo os dados da Anfavea. Antes da crise, o setor considerava normal um volume suficiente para pelo menos um mês de vendas.

Moraes afirmou que diante de uma série de incertezas que vão muito além da própria crise de oferta de semicondutores, algo que inclui o quadro macro da economia, o lento processo de vacinação e riscos de crise de energia por causa do baixo nível de reservatórios de hidrelétricas, a Anfavea não vai alterar suas projeções para ano.

Ele, porém, afirmou que as estimativas para caminhões, cujas vendas dispararam cerca de 64% no acumulado do ano puxadas pelo agronegócio, poderão ser revistas para cima no próximo mês.

A Anfavea divulgou no início do ano que espera crescimento de 25% na produção total de veículos e alta de 15% nas vendas.

Outra dor de cabeça do setor são os reajustes nos preços de matérias-primas. Segundo Moraes, as siderúrgicas estão negociando com as montadoras novos reajustes nos preços de aço nos contratos que vencem no meio do ano. Ele não deu detalhes.

Em maio, as montadoras de veículos instaladas no país produziram 192,8 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, um crescimento de 1% em relação a abril. As vendas avançaram 7,7%, a 188,7 mil veículos.

O setor apurou exportações 37 mil veículos em maio, uma expansão de 9,1% ante abril. No acumulado dos cinco primeiros meses, as vendas externas alcançaram 166,6 mil veículos, expansão de 66,5% sobre o mesmo período de 2020.

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