Negócios

Anac autua GOL e Infraero por caso de cadeirante

A companhia aérea não dispunha do equipamento adequado para o embarque e passageira se recusou a ser carregada pelos funcionários, por causa de sua doença


	A companhia aérea não dispunha do equipamento adequado no momento do embarque
 (Reprodução/Facebook/Katya Hemelrijk da Silva)

A companhia aérea não dispunha do equipamento adequado no momento do embarque (Reprodução/Facebook/Katya Hemelrijk da Silva)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 2 de julho de 2015 às 12h05.

São Paulo - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autuou a GOL e a Infraero por não terem disponibilizado equipamentos adequados para o embarque de uma cadeirante no avião. As multas podem chegar a 230 mil reais.

No total, a Anac emitiu 11 autos de infração, sendo seis para a GOL e cinco para o operador aeroportuário do aeroporto de Foz do Iguaçu, a Infraero. As multas podem somar 230 mil reais. 

Há cerca de seis meses, a executiva Katya Hemelrijk da Silva precisou se arrastar pelas escadas de embarque do avião da GOL. Ela é cadeirante e tem osteogênese imperfeita, doença que aumenta a fragilidade dos ossos e é conhecida como síndrome dos “ossos de cristal”.

A companhia aérea não dispunha do equipamento adequado no momento do embarque e a passageira recusou ser carregada pelos funcionários.

De acordo com a Anac, todos os autos foram emitidos com base em descumprimentos da Resolução n° 280/2013 que dispõe sobre os procedimentos relativos à acessibilidade de passageiros com necessidade de assistência especial no transporte aéreo.

A GOL e a Infraero terão 20 dias corridos para apresentar defesa. 

O caso

A executiva Katya Hemelrijk da Silva se arrastou pelas escadas para embarcar no voo 1076, da GOL. O voo saía do aeroporto de Foz do Iguaçu na manhã do dia 1º de dezembro.

Ela optou por subir sozinha as escadas já que o equipamento stair trac, um elevador portátil para o embarque de cadeiras de rodas no avião, não estava disponível no momento. 

Na ocasião, a GOL afirmou que tentou sem sucesso conseguir o aparelho com outras companhias aéreas e que "ofereceu outras alternativas para a cliente”.

Segundo Katya, os funcionários ofereceram carregá-la no colo para dentro do avião. Ela, porém, recusou, afirmando que seus ossos frágeis poderiam ser danificados se ela fosse carregada por alguém não treinado. 

Investimentos

A Infraero, que administra o aeroporto, informou que os procedimentos de embarque e desembarque eram de responsabilidade das companhias áreas.

A estatal afirmou que já havia adquirido 15 ambulifts (espécie de carro com elevador que transporta cadeiras de rodas), num investimento de 9,68 milhões de reais.

Já a GOL afirmou, em nota, que "vem tomando as medidas necessárias para evitar que situações como esta voltem a acontecer", realizando investimentos em acessibilidade, tanto nas aeronaves quanto no atendimento ao cliente.

Acompanhe tudo sobre:Aeroporto de ConfinsAeroportosAeroportos do BrasilAnacAviaçãoAviõescompanhias-aereasEmpresasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasgestao-de-negociosGol Linhas AéreasInfraeroServiçosSetor de transporteTransportes

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'