PDVSA: Segundo relatos da imprensa, os ativos afetados estão em Curaçao, Bonaire e San Eustaquio. (Wilfredor/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
AFP
Publicado em 10 de maio de 2018 às 19h16.
A americana ConocoPhillips tomou ativos da Petróleos de Venezuela (PDVSA) após vencer um litígio por 2 bilhões de dólares, o que complica ainda mais o panorama econômico venezuelano.
ConocoPhillips está "cumprindo a sentença (...) em quatro localidades do Caribe", confirmaram nesta quinta-feira à AFP fontes da indústria nos Estados Unidos, sem dar detalhes dos lugares.
Segundo relatos da imprensa, os ativos afetados estão em Curaçao, Bonaire e San Eustaquio.
"Buscaremos todas as vias legais disponíveis para obter uma compensação completa e justa por nossos investimentos expropriados na Venezuela", afirmou a ConocoPhillips em comunicado.
Em nota, o governo venezuelano afirmou, por sua vez, que "a PDVSA rejeita contundentemente as ações adiantas pela empresa americana ConocoPhillips de tomar os ativos da estatal petroleira venezuelana no Caribe".
Em 25 de abril, o tribunal de arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (ICC, por suas siglas em inglês e com sede em Paris), decidiu que a PDVSA violou contratos com a expropriação de ativos da ConocoPhillips por ordem do ex-presidente Hugo Chávez em dois campos petrolíferos em 2007.
O especialista petroleiro Orlando Ochoa, doutor em economia da Universidade de Oxford, explicou à AFP que as ações da ConocoPhillips não se concentram sobre instalações, mas contra produtos.
"Realizou o congelamento do petróleo venezuelano que está nos terminais de San Eustaquio, Bonaire ealguns produtos que estejam na refinaria em Curaçao", disse Ochoa, que calcula que a medida compromete cerca de 15 milhões de barris por cerca de 750 milhões de dólares.
A medida poderia afetar as exportações para os Estados Unidos, destino de um terço do petróleo venezuelano que representa 75% do fluxo de caixa do país com as maiores reservas de petróleo.
A PDVSA também foi processada nesta quarta-feira em Nova York por não ter pago 25 milhões de dólares em bônus da dívida à contratista canadense de energia SNC-Lavalin.