Amazon: gigante já realiza vendas por aqui desde 2012, começando pelos seus icônicos livros (Mike Segar/Reuters)
Mariana Fonseca
Publicado em 11 de outubro de 2018 às 15h12.
Última atualização em 11 de outubro de 2018 às 15h27.
São Paulo - A gigante do e-commerce Amazon está prestes a dar um grande passo para firmar sua posição no Brasil, mesmo diante das incertezas econômicas e políticas. A "loja de tudo" estaria prestes a abrir uma loja online direta aos consumidores brasileiros neste mês, vendendo de produtos de bebês e brinquedos até computadores e eletrônicos.
A informação é do veículo Business Insider, que conversou com um analista do BTG Pactual. Este, por sua vez, afirma ter conversado com fornecedores e parceiros da Amazon.
A gigante já realiza vendas por aqui desde 2012, começando pelos seus icônicos livros. Desde o ano passado a empresa diversifica seu catálogo de produtos, com a entrada de eletrônicos. Depois, anunciou produtos de casa e cozinha. Em agosto de 2018, foi a vez das roupas e dos artigos esportivos.
Tudo isso no modelo de marketplace, pelo qual a Amazon fornece apenas sua vitrine online, o atendimento ao cliente e o processamento dos pagamentos. As marcas ficam responsáveis pelo estoque, pela precificação e pela logística de entrega de seus produtos.
Em fevereiro deste ano, porém, a Amazon já havia dado sinais de que queria mudar a situação, de acordo com a Reuters. Ficou de olho em um depósito de distribuição de 50 mil metros quadrados ao redor da cidade de São Paulo. Um mês depois, falou com produtores sobre planos de estoque e distribuição. Em abril, conversou com a áerea Azul sobre entregas. Neste mês, supostamente fechou um piloto com a startup de logística por caminhões CargoX.
A criação de uma loja online direta, totalmente operada pela Amazon, imitaria a experiência ágil de varejo que a gigante do e-commerce possui em outros países - como em seu país de origem, os Estados Unidos. Isso se a gigante conseguir vencer o complicado sistema brasileiro em tributação e logística - esforço que a gigante parece estar fazendo há anos, em passos comedidos em relação a outras apostas mais agressivas, como as feitas na Índia. O movimento da Amazon é contrário ao de um grande concorrente, a rede Walmart, que vendeu 80% de sua operação no Brasil ao fundo Advent.
A Amazon já chegou a ultrapassar o valor de mercado de 1 trilhão de dólares - hoje está por volta dos 843 bilhões de dólares, por conta de uma queda generalizada de ações das empresas de tecnologia.
Enquanto isso, o mercado brasileiro de comércio eletrônico continua a ser atrativo, mesmo passando por incertezas. O país possui 55 milhões de compradores em e-commerces, com 111,2 milhões de compras online a um ticket médio de 418 reais em 2017.
O total faturado pelo setor no ano passado foi de 47,7 bilhões de reais. A adoção crescente dos smartphones deixa o setor otimista: a Ebit estima um crescimento de 12% para o mercado de e-commerce brasileiro, que deveria finalizar 2018 com uma receita total de 53,5 bilhões de reais.
De planejar e de esperar pelo futuro a Amazon, que demorou anos para apresentar lucro, entende bem.