Negócios

Amazon diz que não venderá livros que enquadrem LGBTQ+ como doença

Decisão da Amazon ocorre em meio a um debate alimentado por conservadores que afirmam que os democratas, nos EUA, buscam "cancelar" suas vozes

 (AFP/Reprodução)

(AFP/Reprodução)

A

AFP

Publicado em 12 de março de 2021 às 16h46.

Última atualização em 12 de março de 2021 às 21h55.

A Amazon informou os legisladores americanos que parou de vender um livro sobre temática transgênero porque a empresa não oferece mais material que trata a identidade sexual como uma doença mental, atraindo críticas do autor do trabalho.

A Amazon explicou sua decisão em uma carta a um grupo de senadores republicanos que no mês passado pediu ao CEO da companhia, Jeff Bezos, uma explicação sobre o motivo do título "When Harry Became Sally: Responding to the Transgender Moment" ("Quando Harry se tornou Sally: Respondendo ao Momento Transgênero", em tradução livre) não estava mais disponível na plataforma da empresa.

"Quanto à pergunta específica sobre 'When Harry Became Sally', optamos por não vender livros que enquadram a identidade LGBTQ+ como uma doença mental", escreveu o vice-presidente de políticas públicas da Amazon, Brian Huseman, na quinta-feira.

Na carta, a Amazon explicou aos senadores Marco Rubio, Mike Lee, Mike Braun e Josh Hawley que milhares de autores em todo o mundo, com "opiniões divergentes", se auto-editaram por conta própria usando a ferramenta Kindle Direct Publishing da Amazon.

"Como livreiros, oferecemos aos nossos clientes acesso a uma variedade de pontos de vista, incluindo livros que alguns clientes podem considerar questionáveis", escreveu Huseman.

"Dito isso, nos reservamos o direito de não vender determinados conteúdos".

Nesta sexta-feira, o autor de "When Harry Became Sally", o acadêmico conservador Ryan Anderson, criticou Bezos e a Amazon por fazerem "declarações falsas sobre mim e meu livro" quando foi lançado em 2018:

"Agora, a Amazon, de propriedade de Bezos, está repetindo essas falsidades como justificativa para cancelar meu livro".

Anderson também republicou uma defesa que fez na época em que escreveu: "Por favor, cite a passagem onde eu os chamo de 'doentes mentais'. Não pode citar essa passagem, porque ela não existe".

O livro aborda uma variedade de temas, incluindo identidade de gênero, de acordo com o Wall Street Journal.

A decisão da Amazon ocorre em meio a um debate alimentado por conservadores que afirmam que os democratas, e até certo ponto os gigantes da tecnologia, buscam "cancelar" suas vozes porque promovem pontos de vista opostos ou diferentes.

Acompanhe tudo sobre:AmazonLGBTLivros

Mais de Negócios

"Tinder do aço": conheça a startup que deve faturar R$ 7 milhões com digitalização do setor

Sears: o que aconteceu com a gigante rede de lojas americana famosa no Brasil nos anos 1980

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões