Andre Purri, fundador da Alymente: empresa mira crescimento de 200%
Repórter
Publicado em 3 de março de 2025 às 07h45.
O mercado de benefícios flexíveis no Brasil está em plena transformação. Com a recente regulação do setor e a chegada de startups, gigantes como Alelo, Pluxee (ex-Sodexo) e Ticket tem uma disputa cada vez mais acirrada.
Agora, uma movimentação faz o setor alcançar um novo capítulo. A Alymente acaba de fechar parceria com a Visa, reforçando um movimento já adotado por concorrentes como Flash e Caju. A gigante dos cartões também é a bandeira da competição.
A startup, fundada em 2017, aposta no modelo de cartão multibenefícios, que permite que o trabalhador concentre diferentes categorias de benefícios em um só meio de pagamento – de alimentação e transporte a cultura e saúde.
Andre Purri, um dos cofundadores, veio do mercado de meios de pagamento, especificamente da Stone, onde lidou diretamente com empresas de médio porte, como bares e restaurantes.
Durante esse tempo, ele notou um problema significativo: as taxas abusivas dos serviços de vale-refeição e vale-alimentação impactavam fortemente os pequenos e médios estabelecimentos
Essa dor do mercado despertou o interesse de Purri em buscar uma solução para melhorar a relação entre empresas, colaboradores e fornecedores de benefícios.
A startup iniciou com um grande diferencial: foi a primeira empresa a obter registro para operar com benefícios flexíveis no Brasil, o que a permitiu oferecer soluções de vale-alimentação e vale-refeição sem depender dos arranjos fechados de grandes fornecedores.
Agora, com a bandeira Visa, a Alymente promete maior aceitação e vantagens extras para os clientes, incluindo o programa "Vai de Visa", que dá descontos em mais de 80 empresas.
A entrada da Visa reforça o modelo de cartão bandeirado, que já vinha sendo adotado por algumas fintechs, em oposição ao modelo de arranjo fechado, dominado por empresas como Alelo e VR.
A mudança beneficia principalmente os estabelecimentos comerciais, que antes pagavam taxas entre 6% e 10% para aceitar os tradicionais vales-alimentação e refeição. Com o novo modelo, a taxa pode cair para 2%, o mesmo percentual de uma transação comum de crédito.
A grande promessa da Alymente é dar mais liberdade para o colaborador escolher como usar seus benefícios. No modelo tradicional, o vale-alimentação tem uma rede restrita de aceitação, o que leva muitos trabalhadores a venderem o saldo com descontos de até 20%.
Com o cartão bandeirado, essa limitação diminui. O usuário pode utilizar seu saldo em qualquer estabelecimento da rede Visa dentro das regras definidas pela empresa contratante. "O colaborador pode, por exemplo, usar parte do benefício para pagar o Wi-Fi de casa ou combustível, dependendo das diretrizes da empresa", explica Purri.
Com mais de 2.000 empresas clientes, incluindo Heineken e Nissan, a Alymente projeta crescer 200% em 2025. O desafio, no entanto, será consolidar sua presença em um mercado competitivo e convencer grandes empresas a migrarem para um novo modelo de benefícios.