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Alpargatas mira crescimento externo e destaca Topper

Empresa vai dar foco para a marca que responde por 32% do mercado de artigos esportivos na Argentina e 25% do segmento de futebol no Brasil

Entre os planos da companhia está a abertura de lojas próprias sob a bandeira Topper, hoje presentes apenas na Argentina (Lailson Santos/EXAME.com)

Entre os planos da companhia está a abertura de lojas próprias sob a bandeira Topper, hoje presentes apenas na Argentina (Lailson Santos/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2011 às 08h32.

São Paulo - A Alpargatas, mais conhecida pela marca Havaianas, considera estar na reta final para alavancar seu processo de internacionalização.

Com a entrada em novos mercados e expansão naqueles onde já opera, a companhia tem como meta elevar a participação das vendas externas na receita do grupo nos próximos três anos.

Atualmente, a Alpargatas tem 32 por cento do faturamento em moeda estrangeira, percentual que, segundo o diretor-presidente da companhia, Márcio Utsch, deve chegar a 40 por cento em 2014, ano em que espera atingir entre 5,5 bilhões e 6 bilhões de reais em vendas.

"Já estamos em 82 países, não faltam muitos para continuar crescendo. Crescer no mercado internacional é nosso objetivo, mas sem abandonar o Brasil", disse ele à Reuters na quinta-feira.

Do total de países onde a empresa atua, nove contam com operações próprias e o restante com distribuidores. Mais recentemente, a companhia avançou para Índia e Paquistão.

Mas, ainda que a expansão internacional esteja no foco da Alpargatas, Utsch descarta a possibilidade de a empresa passar a produzir fora do Brasil.

"A fabricação no Brasil faz uma diferença enorme lá fora, principalmente no caso de Havaianas... Quanto mais concentrar a produção, mais escala eu tenho. Resisto a abrir novas fábricas."

É por essa razão que a Alpargatas tem adotado o movimento de redução do número de fábricas, que passam a ter porte maior, sem reduzir o volume de produção. A empresa tem quatro fábricas de grande porte e 13 satélites, e conta com dois centros para montagem, preparo e customização de produtos, um nos Estados Unidos e outro na Espanha.

Além de explorar novos mercados e novas categorias de produtos, o plano de crescimento da Alpargatas está apoiado em crescimento orgânico e fusões ou aquisições de concorrentes.

"Estamos sempre observando o movimento de concorrentes... Mas olhamos aqueles que estão mais vulneráveis. Vamos focar onde podemos ganhar", disse o executivo, sem dar mais detalhes sobre possíveis negociações em andamento.


Para suportar tais planos, Utsch considera a possibilidade de se capitalizar por meio da emissão de dívida no mercado local. "Temos bastante caixa e, mais do que isso, nosso endividamento é negativo. Temos capacidade enorme de alavancagem por divida."

A Alpargatas encerrou junho com 666,4 milhões de reais em caixa e endividamento de 284,3 milhões.

Foco na marca Topper

A Alpargatas elegeu a marca Topper como destaque para os próximos anos. A Topper responde por 32 por cento do mercado de artigos esportivos na Argentina e por 25 por cento do segmento de futebol no Brasil, e também deve passar um processo de internacionalização.

Entre os planos da companhia está a abertura de lojas próprias sob a bandeira Topper, hoje presentes apenas na Argentina, onde existem 30 unidades. Utsch, entretanto, não quis comentar sobre a previsão de abertura dessas lojas no Brasil.

"Queremos elevar a percepção de valor da marca e fazer com que a Topper tenha a mesma relação custo/benefício imbatível da Havaianas", disse ele, acrescentando que a Topper acaba de ser inserida na Colômbia e no Peru.

O movimento focado na América do Sul, segundo o executivo, tem uma razão mais forte: aproveitar a realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014.

"A Topper terá de estar consolidada pelo menos um ano antes da Copa para termos participação de mercado interessante contando com as pessoas que virão para cá assistir os jogos", afirmou.

Em 2011 até agora, a Alpargatas apurou ganho de quase 4 pontos percentuais em participação de mercado, contabilizando 54 por cento em sandálias e cerca de 7 por cento em calçados esportivos, número que tende a aumentar até o fim do ano, segundo Utsch.

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