Além de descontos de até 80%, a companhia vai fretar seis voos para o Brasil (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)
Karina Souza
Publicado em 9 de novembro de 2021 às 16h36.
Última atualização em 9 de novembro de 2021 às 17h21.
O AliExpress, plataforma de e-commerce controlada pelo grupo Alibaba e um dos maiores marketplaces do mundo, anunciou em coletiva de imprensa nesta terça-feira que vai promover mais esforços logísticos durante o festival 11.11 -- tradicional data de compras na China -- e a Black Friday no Brasil.
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Além de descontos de até 80%, a companhia vai fretar seis voos para o Brasil (um a mais do que os tradicionais cinco voos) para atender à demanda no menor prazo possível. Atualmente, 80 voos são fretados semanalmente para atender às compras feitas em 220 países, segundo informações divulgadas na coletiva.
Além disso, a companhia contará, pela primeira vez, com vendedores brasileiros dentro da plataforma em 2021. O país é o único, na América Latina, em que isso é possível -- nos demais, apenas vendedores de fora do país podem vender na plataforma. No ano passado, o faturamento no double eleven chegou a 74 bilhões de dólares nas plataformas Alibaba, o que equivale a mais de quatro vezes o e-commerce brasileiro inteiro ao longo de 2020", diz Yan Di, country manager do AliExpress no Brasil.
Para garantir esse objetivo, o AliExpress passa a oferecer algumas comodidades ao público brasileiro: descontos de até 80% em produtos, a possibilidade de devolvê-los localmente -- e não precisar enviá-los para a China -- e a entrega de produtos vindos da China em até sete dias em território nacional.
No campo de pagamentos, cada vez mais valorizado por plataformas de marketplace, o AliExpress passou a aceitar o PIX como forma de pagamento, "como forma de se adaptar ao público brasileiro e à realidade brasileira", diz Yan.
Aos vendedores, a companhia afirma que tem taxas competitivas em relação à concorrência, com uma comissão entre 5% e 8%,dependendo do tamanho de cada empresa.
Entre as categorias mais vendidas, destacam-se vestuário, eletrônicos, produtos para casa e beleza. "Essas categorias já têm um impacto significativo no Brasil e a nossa expectativa é que outras entrem para ocupar esse espaço também", disse Yaman Alpata, chefe do Marketplace da AliExpress no Brasil.
Apesar de não ter um centro de distribuição no Brasil, a companhia afirmou que "está muito satisfeita" com o envolvimento com os Correios para realizar entregas no país e, questionada a respeito de um possível interesse com a privatização do órgão, respondeu que "não comenta especulações de mercado". Ainda no campo logístico, a empresa mantém parcerias com a Pegaki, empresa que conecta transportadoras, centros de distribuição, embarcadores e pontos de coleta.
Questionado a respeito dos planos de crescimento no Brasil, Yan Di afirmou que a companhia tem mais usuários ativos por dia em seu próprio aplicativo do que os rivais Magalu e Americanas. A fonte para as informações é um relatório da consultoria de dados de aplicativos App Annie.
De acordo com as informações da consultoria, o AliExpress tem 4.752.660 usuários ativos por dia, enquanto o Magazine Luiza tem 3.056.440 e Americanas têm 2.798.830. Entre as fontes da consultoria para os dados, estão: dados anônimos e agregados de mais de 1 milhão de aplicativos, painéis de consumo e redes de anúncios.
“Estamos olhando um ecossistema de como contribuir para o mercado brasileiro. Acompanhando essa operação, nossa tecnologia, nossa expertise, trazendo nosso trabalho e experiência da China para o mercado local”, disse Yan Di, country manager do AliExpress, em coletiva.
Vale lembrar que maior número de usuários ativos não significa maior faturamento. O AliExpress não divulga informações por país, mas afirma que a operação brasileira ainda representa uma pequena parte do que a China é capaz de arrecadar -- considerando o fator óbvio de quantidade de pessoas.
Para lembrar, Magalu cresceu 46% no segundo trimestre deste ano, com lucro líquido de R$ 258,6 milhões. E Americanas lucrou R$ 224,9 milhões no mesmo período, revertendo prejuízo do ano anterior.
Ainda assim, AliExpress está longe de ser insignificante no cenário nacional, comparado aos players cross-border. Dados da consultoria Conversion mostram que a plataforma de origem chinesa tem 31,9% do market share do e-commerce brasileiro, enquanto a Amazon (a rival "mais próxima" por ser uma empresa grande de origem não-latina) tem 15,6%.
Nesse cenário, o investimento do AliExpress em logística faz todo sentido: mesmo com presença fincada no país há três anos, a Amazon enfrentou como principal desafio justamente as questões logísticas e tributárias para avançar no país de forma mais acelerada.
Se depender do AliExpress, o avanço será cada vez mais significativo no país. "Não estamos olhando um aspecto, mas estamos olhando um ecossistema inteiro e avaliando como podemos contribuir para o mercado brasileiro. Unindo a nossa tecnologia e expertise às necessidades do público brasileiro, vamos avançar cada vez mais", diz Yan.