Um avião 787, da Boeing: para Airbus empresa não teria feito o modelo sem os subsídios (Ben Stansall/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2011 às 13h38.
Paris - A Airbus informou nesta quinta-feira que, com a sentença da Organização Mundial do Comércio (OMC), que declara que parte das subvenções dos Estados Unidos à Boeing são ilegais, "finalmente foi revelada a verdade".
Para a Airbus, o relatório da OMC confirma seus prognósticos anteriores, como o de que a "Boeing não teria sido capaz de lançar o (avião modelo) 787 sem subsídios ilegais", ou que esses subsídios distorceram a concorrência no setor da aviação, "prejudicando diretamente a indústria aeroespacial europeia".
A sentença publicada nesta quinta-feira ocorreu em resposta à denúncia apresentada pela União Europeia contra Washington por considerar que tais ajudas ocorreram em detrimento do principal concorrente da Boeing, a Airbus, em relação à disputa comercial que ambas as companhias mantêm desde 2004.
"Já era hora da Boeing deixar de negar ou minimizar os maciços subsídios ilegais que recebe", apontou o responsável de comunicação da Airbus, Rainer Ohler, em comunicado, no qual lembra sua suspeita de que a Boeing recebeu "pelo menos" US$ 5,3 bilhões em subsídios.
A Airbus está respaldada pelo relatório da OMC, de mil páginas, que denuncia que outros US$ 2 bilhões de dólares que a Boeing receberá em subsídios locais e estatais também não são legais, assim como o efeito dessas ajudas.
"O único resultado desta batalha anacrônica é que limita a capacidade dos Estados Unidos e da Europa de enfrentar concorrentes emergentes que têm acesso a fundos governamentais ilimitados", acrescenta o representante da companhia.
A sentença da OMC condena quatro tipos de fontes através das quais a Boeing se beneficiou de subsídios: os programas de pesquisa e desenvolvimento da Nasa, os do Departamento de Defesa, os subsídios à exportação e os programas de isenção de impostos outorgados pelo estado de Washington.
"A Airbus parabeniza as conclusões do relatório da OMC, mas compreende que a Comissão Europeia possa recorrer de alguns pontos relativos à interpretação legal, e apoia plenamente à Comissão a respeito", conclui a nota.