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Agnelli quer criar Vale Fertilizantes com ação em bolsa

A Vale tem buscado ampliar sua atuação no setor de fertilizantes, avaliado como estratégico por conta do aumento da demanda global por alimentos nos próximos anos

Roger Agnelli disse que a Vale Fertilizantes nasceria da união dos ativos comprados da Bunge no Brasil com a Fosfertil

Roger Agnelli disse que a Vale Fertilizantes nasceria da união dos ativos comprados da Bunge no Brasil com a Fosfertil

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 16h32.

Rio de Janeiro - O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse nesta sexta-feira que vai propor a criação da Vale Fertilizantes, uma empresa que deverá ter ações listadas em bolsa, segundo ele.

A Vale Fertilizantes nasceria da união dos ativos comprados da Bunge no Brasil com a Fosfertil.

Em maio deste ano, a Vale concluiu a compra do controle da Fosfertil, após adquirir fatias que pertenciam à Bunge, Yara, Heringer e Fertipar. Num lance simultâneo, a mineradora comprou ainda ativos da Bunge Fertilizantes. Os investimentos totais somaram 4,7 bilhões de dólares.

"É um desejo antigo de todos os acionistas, uma planta é do lado da outra, uma mina é próxima da outra. Há muitas sinergias entre as duas empresas e é positivo para todos", afirmou o presidente da Vale a jornalistas, antes de palestra no Rio de Janeiro.

A empresa, maior produtora mundial de minério de ferro, também tem ativos no setor de siderurgia, como por exemplo participação na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA).

A Vale tem buscado ampliar sua atuação no setor de fertilizantes, avaliado como estratégico devido às perspectivas de aumento da demanda global por alimentos nos próximos anos. O movimento da mineradora também ocorre em meio a um plano do governo de reduzir a dependência do Brasil, uma potência agrícola, do insumo importado.

O Brasil importa aproximadamente 70 por cento do seu consumo de fertilizantes, segundo dados da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda).


A Vale Fertilizantes teria uma capacidade de produção de 6 a 7 milhões de toneladas de fosfato no Brasil, segundo o executivo.

No plano de união dos ativos, o acionista da Fosfertil teria direito a ação da Vale Fertilizantes, mas isso só será definido após estudos a serem concluídos e aprovados.

Peru
O executivo disse que a mina de fosfato de Bayovar, no Peru, inaugurada na véspera, terá uma terceira etapa de expansão para 7,9 milhões de toneladas, volume que deverá ser atingido até 2015.

"Os investimentos estão acelerados no Peru, a planta tem capacidade para 3,9 milhões de toneladas de fosfato, vamos para 5,9 e devemos chegar até 2015 a 7,9 milhões de toneladas", declarou, observando que todos os ativos de fertilizantes da mineradora "têm que estar focados para fazer investimentos".

A produção da mina peruana será exportada em sua maioria para o Brasil.

Na linha de ampliar investimentos, o presidente da Vale cobrou da Petrobras uma definição sobre uma mina de potássio arrendada junto à estatal em Sergipe, cujo contrato vai até 2017.

"A questão de Taquari Vassouras tem que resolver se a Petrobras vai querer renovar ou postergar (a concessão). Há três anos que a gente está esperando", disse Agnelli, que quer uma definição antecipada para poder programar investimentos.

"A gente tem que definir rapidamente se vai ter renovação ou não, para poder aumentar a capacidade de Taquari Vassouras."

Por volta das 10h30 (horário de Brasília), as ações da Fosfertil ampliavam a alta registrada mais cedo para 1.72 por cento, as da Vale caíam 0,11 por cento, enquanto o Ibovespa perdia 0,25 por cento.

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