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Agnelli nega envolvimento político em eventual mudança na Vale

Presidente da mineradora diz que escolha para o cargo compete exclusivamente aos acionistas controladores

Roger Agnelli não espera muita flutuação do minério de ferro nos próximos anos (Oscar Cabral/VEJA)

Roger Agnelli não espera muita flutuação do minério de ferro nos próximos anos (Oscar Cabral/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 19h59.

São Paulo - O presidente executivo da Vale, Roger Agnelli, negou nesta sexta-feira pela manhã qualquer envolvimento político relacionado à possível mudança no comando da mineradora.

Na parte da tarde, notícia na mídia informava que a saída do executivo já havia sido decidida pelos acionistas da Vale, informação não confirmada pela empresa.

O comentário de Agnelli, feito em um comunicado, ocorre após relatos na mídia, no início da semana, de que ele teria feito contato com políticos da oposição, buscando apoio contra a intenção do Planalto de mudar o comando da Vale.

"Não tenho envolvimento com qualquer questão política relativa a este assunto", afirmou o presidente da mineradora em nota.

"A decisão sobre a escolha do diretor-presidente da Vale compete exclusivamente aos acionistas controladores da empresa", acrescentou. "O que tenho feito nos últimos dias é o mesmo que fiz ao longo de toda a minha carreira: trabalhar".

Nesta tarde, o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, anunciou que o Bradesco teria concordado com a saída de Agnelli, que seria substituído por um nome de dentro da empresa.

A Vale e a Previ disseram que não iam comentar o assunto.

O futuro da administração da Vale, a maior produtora mundial de minério de ferro, ficou em aberto nesta semana após o jornal O Estado de São Paulo ter publicado que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu a substituição do atual presidente executivo, Roger Agnelli, em reunião com a cúpula do Bradesco, outro importante acionista controlador da companhia.

Agnelli está à frente da Vale desde 2001, eleito presidente após o descruzamento acionário com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

O Ministério da Fazenda não confirmou nem negou a informação, dizendo apenas que não comentaria o assunto. Segundo fontes, o ministro participou nesta sexta-feira da reunião que decidiu pela saída do executivo.

Na estrutura da Vale, se os acionistas no bloco de controle decidirem por uma alteração no comando, uma lista com três nomes deve ser apresentada na reunião do conselho de administração. O nome escolhido deve ter o consenso de pelo menos 75 por cento dos acionistas controladores.

Para o mercado a melhor solução seria uma escolha técnica e interna.

O governo, por meio do BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, não possui a maioria para executar a mudança, mesmo incluída a grande fatia detida pelo Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil. Por isso, precisa de um acordo com os outros grandes acionistas, Bradesco e a trading Mitsui.

Uma fonte no Palácio do Planalto disse à Reuters na quinta-feira que a intenção do governo é sacramentar a mudança na mineradora em poucos dias, antes da viagem da presidente Dilma Rousseff à China, no dia 9 de abril.

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