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Agências de turismo na China boicotam Malaysia Airlines

Chineses, que eram maioria entre os passageiros do voo, dizem estar revoltados com o tratamento dado às famílias das vítimas. Boicote pode ser fatal à companhia


	Uma parente de um dos passageiros do voo MH370 da Malaysia Airlines se desespera: chineses estão revoltados e ameaçam boicote ao país
 (REUTERS/Jason Lee)

Uma parente de um dos passageiros do voo MH370 da Malaysia Airlines se desespera: chineses estão revoltados e ameaçam boicote ao país (REUTERS/Jason Lee)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2014 às 14h47.

São Paulo - Agências de viagem da China estão boicotando a Malaysia Airlines, a companhia aérea cujo avião desapareceu no oceano Índico no início de março. 

Os chineses estão revoltados com o tratamento da companhia aérea dado às famílias das vítimas do voo 370. Dos 239 passageiros, 153 eram chineses.

Eles consideram as investigações lentas e acreditam que a Malaysia não está fornecendo todas as informações que possui sobre o acidente. Por conta disso, muitos pediram na internet pelo boicote à empresa e o movimento ganhou a adesão até de celebridades nacionais.

"Malásia... você está errada em não reverenciar a vida. Vocês está errada em não respeitar a busca universal pela verdade", escreveu a atriz Ziyi Zhang, conhecida mundialmente por sua atuação em O Tigre e o Dragão e outros filmes Hollywoodianos, em sua conta da rede social Sina Weibo, uma equivalente chinesa ao Twitter.

Acompanhando a revolta nacional, os maiores sites de reservas de passagens aéreas do país estão redirecionando todas as pessoas que procuram por passagens da companhia para páginas de outras empresas, nacionais ou do restante da Ásia.

Sites como o eLong, o LY.com, o Qunar e o Mango aderiram ao protesto. A agência China Youth Travel Service, uma das principais no país, também entrou no boicote.

"Nós continuaremos a banir indefinidamente [a companhia] até que o governo malásio e a Malaysia Airlines divulguem toda a informação que eles possuem para que nós possamos descobrir a verdade sobre o voo desaparecido o mais rápido possível", a eLong escreveu em sua conta oficial no Weibo.

Dois dos passageiros do voo possivelmente agendaram suas passagens através do site. Como compensação, a empresa afirmou que pagaria às famílias 100.000 iuans, o equivalente a 16.000 dólares, "como consolação".

O site LY.com afirmou que reembolsaria completamente todos os passageiros que quisessem cancelar suas passagens na companhia e que continuariam com o boicote até que ela "descubra a verdade e ofereça uma explicação satisfatória a todas as vítimas e ao povo chinês".

Turismo ameaçado

O golpe para a Malaysia Airlines pode ser fatal, já que a grande maioria de seus passageiros vêm do gigante asiático. Após três anos seguidos de balanços negativos, a companhia esperava, em 2014, fechar o ano no azul.

Depois do acidente, essa possibilidade já está praticamente descartada, e outra mais assustadora se apresenta: se continuar por muito tempo, o boicote pode prejudicar o turismo da Malásia inteira.

A Malaysia Airlines é uma empresa estatal. Por conta disso, boa parte da raiva dos chineses está sendo direcionada para o governo do país.

"Eu nunca estive na Malásia e não pretendo ir até lá no futuro. Se você se sente da mesma forma, por favor retuíte essa mensagem", escreveu Meng Fei, que é apresentador de um popular programa de namoro na televisão. Sua mensagem foi retuitada 337.000 vezes em dois dias.

Em 2013, o turismo na Malásia gerou 65 bilhões de riggits malásios ao país, o equivalente a cerca de 20 bilhões de dólares, e os chineses representam 10% de todos os viajantes que desembarcam por lá todos os anos. 

Inicialmente, os analistas de mercado acreditavam que apenas mais um aporte do governo malasiano poderia salvar a Malaysian Airlines da crise. Agora, é preciso além de salvar sua companhia aérea, eles podem precisar salvar o turismo do país.

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