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Afeganistão ganha seu próprio McDonald's

Do lado de fora, o restaurante é quase idêntico ao McDonald"s, mas dentro, tudo é bem diferente do que o consumidor espera


	McDonald's: de acordo com a lei, plagiar o nome de uma marca é ilegal no conflituoso país asiático, mas, na prática, as autoridades afegãs são bastante tolerantes com esse tipo de situação
 (REUTERS/Mike Blake)

McDonald's: de acordo com a lei, plagiar o nome de uma marca é ilegal no conflituoso país asiático, mas, na prática, as autoridades afegãs são bastante tolerantes com esse tipo de situação (REUTERS/Mike Blake)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2013 às 06h06.

Cabul - Um empresário afegão tem chamado a atenção com seu restaurante em Cabul: a fachada do estabelecimento é exatamente igual à do McDonald"s para atrair público, mas o interior, no entanto, em nada lembra a famosa rede de fast-food americana.

O estabelecimento fica em uma movimentada e rica região a oeste da cidade, habitada por parte da classe alta de Cabul e dos estrangeiros.

Do lado de fora, o restaurante é quase idêntico ao McDonald"s, com seu característico "M" amarelo sobre fundo vermelho, mas dentro, tudo é bem diferente do que o consumidor espera: nem os pratos são parecidos com os da cadeia americana.

"Estava há seis meses pensando em lançar um novo negócio e, finalmente, pensei no nome McDonald"s. Satisfazia a demanda de nossos clientes, especialmente os jovens e os funcionários da embaixada russa", explicou Mustafá, de 27 anos.

"Não me importa de onde vem McDonald"s e nem que tipo de comida ou serviço oferece. Seu nome é um grande presente para nós", afirmou o empreendedor com um amplo sorriso em entrevista à Agência Efe.

O estabelecimento atende a centenas de clientes por dia, principalmente os estrangeiros que trabalham para ONGs no Afeganistão e jovens estudantes.

O restaurante, que tem decoração característica afegã, oferece serviço de entrega em domicilio, mas não tem caixa para registrar os pedidos e nem fotos dos icônicos hambúrgueres rodeados de batatas fritas.

Os consumidores podem se sentar em bancos acolchoados, enquanto o menu é composto por comida típica afegã, como kebabs e arroz ao estilo "Kabuli Pulao", com passas e cenoura.


Também são servidos hambúrgueres de frango e batatas fritas com sabor semelhante ao de outros estabelecimentos locais, mas o que não pode faltar é a Coca-Cola, o único produto que um consumidor poderia encontrar em um verdadeiro McDonald"s.

"A maioria das pessoas chegam ao restaurante atraída pelo fast-food, mas, ao observar nosso serviço e os deliciosos pratos tradicionais afegãos, eles se esquecem completamente do McDonald"s", explicou Mustafá.

De acordo com a lei, plagiar o nome de uma marca é ilegal no conflituoso país asiático, mas, na prática, as autoridades afegãs são bastante tolerantes com esse tipo de situação, já que a cópia do McDonald"s não é um caso único.

Nesse aspecto, o Cabul Fried Chicken aparece como uma verdadeira réplica do popular Kentucky Fried Chicken (KFC) e o Pizza Hot assume o lugar da Pizza Hut, entre outros inúmeros que lembram as marcas ocidentais no estilo afegão.

"Como se sabe, em Cabul, os restaurantes estrangeiros estão em demanda, sejam turcos, chineses ou árabes", afirmou o empresário, que ressaltou: "Por que não abrir um McDonald"s?".

Mustafá assegurou que também está planejando lançar um anúncio de televisão para aumentar o fluxo de clientes, já que, segundo o empresário, seu objetivo é abrir outros restaurantes em Cabul e nas cidades de Herat e Mazar-e-Sharif.

Bashir Ahmad Wafa, um cliente de 31 anos que trabalha para uma ONG estrangeira e acaba de voltar da Índia, diz que o restaurante oferece muitas opções de batatas fritas em comparação com o verdadeiro McDonald"s do gigante asiático.

"Estamos acostumados a vir aqui na noite de quinta-feira e adoramos a comida", contou o frequentador.

Embora Mustafá esteja contente com o sucesso de seu restaurante, ele se preocupa com a situação de seu estabelecimento após a retirada das tropas da Otan do Afeganistão em 2014, principalmente pela saída dos cidadãos estrangeiros, muitos deles clientes do "McDonald"s" afegão. 

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