Hidrelétrica: AES Tietê opera hidrelétricas e usinas eólicas e solares (AES/Divulgação)
Reuters
Publicado em 28 de julho de 2020 às 16h23.
Última atualização em 28 de julho de 2020 às 16h24.
A norte-americana AES Corp venceu uma disputa com a elétrica brasileira Eneva pela aquisição de uma fatia do BNDES na empresa de geração renovável AES Tietê, na qual já é controladora.
Em comunicado ao mercado nesta terça-feira, a AES Tietê divulgou documento no qual o braço de participações do banco estatal, BNDESPar, informa que a unidade brasileira da AES foi consagrada vitoriosa em processo competitivo aberto para a venda da participação.
"A BNDESPar e a AES Brasil deverão se engajar na execução da proposta e manterão os acionistas e o mercado atualizados oportunamente", disse o BNDES na carta.
A AES Tietê e o documento do BNDES não detalham a proposta da AES pelas ações do BNDESPar na empresa de energia limpa, que controla hidrelétricas e parques eólicos.
A Eneva, que tem como principais acionistas BTG Pactual e Cambuhy Investimentos, chegou na véspera a elevar sua oferta, que envolveria cerca de 8 bilhões de reais em dinheiro e ações pela incorporação da AES Tietê e seria levada adiante caso houvesse aval do BNDESPar.
A proposta da AES, por outro lado, é pela aquisição de 65% da fatia do BNDESPar na AES Tietê, disseram fontes à Reuters na segunda-feira, o que reduziria a fatia do banco estatal na empresa de energia para 9,9%, dos atuais 28,41%.
O secretário especial de Privatizações do ministério da Economia, Salim Mattar, comentou em publicação no Twitter o negócio entre BNDESPar e AES.
"O BNDES vai vender suas ações na AES Tietê Energia para AES Holdings Brasil Ltda. É o Estado deixando de ter uma carteira de investimentos para focar no que é prioritário", afirmou ele, também sem fornecer detalhes sobre o negócio.
A AES Tietê opera hidrelétricas e usinas eólicas e solares.
Antes, a empresa da AES no Brasil já havia sido alvo de uma oferta hostil para incorporação apresentada pela Eneva, de cerca de 6,6 bilhões de reais, rejeitada em abril pelo conselho de administração da companhia.
Na ocasião, o conselho da AES Tietê disse entender que a proposta subavaliava a companhia e não fazia sentido estratégico, dado o foco da AES em renováveis, enquanto a Eneva investe em termelétricas a carvão e gás natural.