Ricardo Gesse, CEO da Floripa Airport: eficiência para lidar com os solavancos causados pela pandemia na aviação civil (Felipe Carneiro/Divulgação)
Leo Branco
Publicado em 12 de fevereiro de 2022 às 08h00.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2022 às 10h10.
Parte da concessionária de aeroportos suíça Zurich Airport, a Floripa Airport, administradora do terminal de passageiros na capital catarinense, a partir de um mês atrás está gerindo também boa parte das funções de outros dois aeroportos também cedidos à Zurich no Brasil: o de Vitória, no Espírito Santo, e o de Macaé, no Rio de Janeiro.
Numa central de controle instalada em Florianópolis, funcionários da Floripa Airport podem, hoje, tomar decisões sobre diversos aspectos da operação dos outros dois aeroportos, como a posição de uma aeronave no pátio de estacionamento ou a rotina de limpeza dos banheiros.
Tudo isso é feito com milhares de câmeras espalhadas nos dois terminais cujos softwares de operação foram interligados aos sistemas responsáveis por manter a operação do Floripa Airport de pé.
O formato de gestão, chamado ROC (Remote Operational Center), permite o monitoramento, acesso e atuação remota no controle de operação dos aeroportos, a partir de uma base central em Florianópolis.
“Trata-se de um modelo de organização de processos inédito no Brasil – e, em boa medida, no mundo também”, diz Ricardo Gesse, CEO da Zurich Airport Brasil desde setembro de 2020.
Neste função, Gesse vem respondendo também pelo dia a dia das operações nos aeroportos de Vitória e de Macaé, concedidos à iniciativa privada no fim de 2019.
Atividades do aeroporto compartilhadas com outras autoridades, como o controle do tráfego aéreo (de responsabilidade da Aeronáutica), estão de fora do projeto de integração operacional, que teve a aprovação da Anac, agência nacional de controle da aviação civil, e das companhias aéreas antes de sair do papel.
Por trás da inovação está a vontade de ganhar eficiência, algo da ordem do dia num setor machucado pela pandemia como o da aviação civil. Entre os benefícios de administrar tudo de um lugar só, diz Gesse, está a possibilidade de negociar aquisições de insumos para os três aeroportos de uma vez só – e assim ganhar economias de escala.
O aumento nos casos da variante ômicron complicou as perspectivas para 2022, mas não deve atrapalhar tanto o ano como a segunda onda da covid-19, no ano passado, diz o executivo.
Então, a queda entre o número de passageiros planejados para os primeiros meses do ano, e o de fato transportados, chegou a mais de 40% mesmo em voos domésticos – onde a demanda, em teoria, é mais resistente aos solavancos da pandemia.
A expectativa para 2022 nos voos domésticos é de chegar a 91% do movimento registrado em 2019 no aeroporto de Florianópolis, um patamar que é praticamente o triplo do registrado ao longo de 2020, até agora o ano mais pesado da pandemia. Nos voos internacionais, a meta é chegar a 32% do movimento visto em 2019. Em Vitória, a expectativa para este ano é de chegar a 88% do movimento registrado em 2019.
A Zurich Airport Brasil é uma empresa do grupo Zurich Airport e tem, por 30 anos, a concessão dos aeroportos de Florianópolis, em Santa Catarina, Vitória, no Espírito Santo, e Macaé, no Rio de Janeiro.
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