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Aéreas veem sinais de "novo normal" com plano de reabertura da UE

As abaladas companhias aéreas e o setor de hospitalidade da Europa receberam a promessa de um retorno gradual à relativa normalidade na quarta-feira, com um plano para aliviar as restrições às viagens devido ao coronavírus

As abaladas companhias aéreas e o setor de hospitalidade da Europa receberam a promessa de um retorno gradual à relativa normalidade na quarta-feira, com um plano para aliviar as restrições às viagens devido ao coronavírus (Thinkstock/Choreograph/Thinkstock)

As abaladas companhias aéreas e o setor de hospitalidade da Europa receberam a promessa de um retorno gradual à relativa normalidade na quarta-feira, com um plano para aliviar as restrições às viagens devido ao coronavírus (Thinkstock/Choreograph/Thinkstock)

LB

Leo Branco

Publicado em 17 de março de 2021 às 16h05.

As abaladas companhias aéreas e o setor de hospitalidade da Europa receberam a promessa de um retorno gradual à relativa normalidade na quarta-feira, com um plano para aliviar as restrições às viagens devido ao coronavírus.

O braço executivo da União Europeia propôs a introdução de certificados digitais que oferecerão provas de que seus portadores foram vacinados, se recuperaram da doença ou tiveram resultados negativos recentemente e, portanto, não representam riscos significativos à saúde. Os passes têm como objetivo facilitar viagens de lazer dentro da UE e fora do bloco, segundo comunicado na quarta-feira.

A Comissão Europeia também divulgou um plano para a suspensão coordenada dos lockdowns. O roteiro, que se destina explicitamente a ajudar a recuperar o turismo, será baseado em um sistema de níveis “refletindo a situação epidemiológica em cada estado membro.”

O esforço visa criar uma política unificada, já que alguns estados membros dependentes do turismo ameaçam reabrir unilateralmente para estrangeiros. Mesmo com amplo acordo, serão necessários meses para implementar a tecnologia. A meta é que o sistema de passe de vacinas esteja pronto até meados de junho, de acordo com a proposta.

Associações do setor de aviação receberam bem a proposta, mas destacaram a urgência de tornar o sistema operacional a tempo para a geralmente rentável temporada de verão. A Associação Internacional de Transporte Aéreo e outros grupos da indústria disseram em comunicado conjunto que os certificados de vacinas, em particular, eliminam a necessidade de restrições de viagens.

Ações das companhias aéreas se valorizaram nas últimas semanas na expectativa de que a distribuição de vacinas e a redução gradual dos lockdowns impulsionem as reservas de férias. Um indicador de ações europeias de lazer e viagens recuperou as perdas do início da pandemia e está perto de máximas. As ações da Deutsche Lufthansa acumulam alta de 11% desde janeiro, enquanto os papéis da InterContinental Hotels sobem 9,8%.

A porta-voz da EasyJet disse em e-mail que a aérea de baixo custo vê como positivo o plano da UE. “Dado o progresso contínuo da distribuição de vacinas, devemos garantir que haja uma abordagem baseada em riscos e em dados para remover as restrições, com o objetivo de retomar viagens sem restrições onde for possível e seguro fazê-lo.”

O World Travel & Tourism Council, com sede em Londres, instou o Parlamento Europeu a adotar a proposta de certificado de vacinas “com urgência”, enquanto a aliança European Tourism Manifesto, que representa mais de 60 organizações de viagens, pediu que a UE trabalhe com a Organização Mundial da Saúde e outros organismos internacionais para preparar o caminho e reiniciar as viagens internacionais.

Otimismo excessivo

Ainda assim, o otimismo que impulsionou as ações de viagens pode durar pouco, pois projeções mostram que o tráfego aéreo e o turismo estão longe dos níveis pré-pandemia.

Cerca de 30% dos hotéis em Portugal não reabrirão para negócios em 2021, pois as reservas para a temporada de verão continuam fracas, especialmente de estrangeiros, de acordo com a Associação da Hotelaria de Portugal.

“Achávamos que os anúncios de vacinas aumentariam as reservas, mas não houve impacto”, disse Cristina Siza Vieira, presidente da associação de hotéis, durante webcast em 3 de março. “Vai ser um ano muito ruim” para o setor, disse, porque haverá muito pouca demanda.

--Com a colaboração de Lisa Pham, Jasmina Kuzmanovic e Joao Lima.

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