Aviões estacionados no Aeroporto Internacional de Guarulhos: com o dólar a R$ 2,30, acendeu-se uma luz vermelha do setor e a tarifa média cobrada dos passageiros já subiu 4% nos últimos 40 dias (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2013 às 14h10.
Brasília - O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, afirmou nesta terça-feira, 20, que as companhias do setor estão tentando se reestruturar para lidar com o aumento dos custos do petróleo e do câmbio, mas necessitam de medidas do governo para evitar uma subida dos preços das passagens.
"Já começamos a repassar parte do custo para o preço das passagens e reduzir oferta de algumas rotas não sustentáveis. E já percebemos que parte dos passageiros começaram a voltar para o transporte de ônibus", afirmou, após reunião com o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco.
Segundo Sanovicz, com o dólar a R$ 2,30, acendeu-se uma luz vermelha do setor e a tarifa média cobrada dos passageiros já subiu 4% nos últimos 40 dias. "O ambiente de liberdade tarifária trouxe preços de passagens aéreas para baixo desde 2002, e até 2009 e 2010 esse modelo trouxe aumento de demanda, transformando modal em transporte de massa", afirmou.
Sanovicz detalhou que entre 55% e 57% da atividade área é dolarizada, sobretudo por conta dos custos com o combustível e o leasing de aeronaves. Ele explicou ainda que a fórmula de precificação da querosene de aviação não é relacionada com gasolina e diesel. "O câmbio e o preço do petróleo geram uma situação complicada que se reflete nos balanços das cias aéreas. Para evitar retomada de preços de passagens de 10 anos atrás, empresas fazem reestruturação", acrescentou.
O presidente da Abear citou a situação da Gol, que conseguiu fazer uma economia de R$ 260 milhões no primeiro semestre, mas teve um custo adicional de R$ 340 milhões no mesmo período devido ao aumento do câmbio.