A prisão de Meng Wanzhou em dezembro de 2018 provocou uma ruptura de relações com a China (Alexander Bibik/Reuters)
AFP
Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 20h57.
Última atualização em 22 de janeiro de 2020 às 21h22.
Os advogados do governo do Canadá apresentaram nesta quarta-feira o caso a favor da extradição da diretora financeira da Huawei nos Estados Unidos, alegando que ela se baseia em "uma fraude a um banco".
Estados Unidos acusa Meng Wanzhou de mentir ao banco HSBC sobre a relação entre a companhia tecnológica chinesa e sua filial Skycom, com sede no Irã, colocando a instituição bancária em risco de violar as sanções impostas pelos Estados Unidos contra Teerã.
Meng nega essas acusações.
"A fraude está no centro deste caso", disse ao tribunal Robert Frater, advogado do governo canadense. "Mentir para um banco para obter serviços financeiros é uma fraude", acrescentou.
Para conseguir a extradição, os advogados do governo canadense que agem em nome do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, devem demostrar que as acusações de Washington contra Meng poderiam ser consideradas um delito se tivessem acontecido no Canadá.
Eles alegam que a Huawei controlava as operações da Skycom no Irã, que seu pessoal usava contas de e-mail e emblemas de segurança da Huawei e que suas contas bancárias eram controladas pela Huawei.
Contudo, Meng disse em 2013 aos executivos da HSBC durante uma apresentação em Hong Kong que Huawei já não era a proprietária da Skycom e que tinha renunciado ao conselho administrativo da empresa.
Entre 2010 e 2014, o HSBC e sua subsidiária americana liquidaram mais de 100 milhões de dólares em transações relacionadas com a Skycom através dos Estados Unidos, segundo documentos judiciais apresentados por advogados do governo canadense.
A prisão de Meng Wanzhou em dezembro de 2018 no aeroporto canadense de Vancouver provocou uma ruptura de relações com a China. Nove dias após ela ser detida, a China prendeu dois canadenses, o ex-diplomata Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor.