Exxon: autoridades iraquianas afirmaram que não assinariam acordo nos termos colocados pela empresa (Karen Bleier/AFP/AFP)
Reuters
Publicado em 21 de junho de 2019 às 14h51.
Última atualização em 21 de junho de 2019 às 14h53.
Apenas algumas semanas atrás, a gigante de energia ExxonMobil estava preparada para avançar com um projeto de 53 bilhões de dólares para aumentar a produção de petróleo do Iraque, um marco nas ambições da empresa de se expandir no país.
Mas agora uma combinação de disputas contratuais e preocupações com segurança, aumentada pela escalada das tensões entre o vizinho Irã e os Estados Unidos, ameaça os planos, segundo autoridades do governo iraquiano.
As negociações foram frustradas pela oposição de Bagdá a termos do contrato, disseram quatro autoridades iraquianas envolvidas nas discussões, que conversaram com a Reuters sob condição de anonimato, devido à sensibilidade do assunto.
O principal obstáculo foi a proposta da Exxon para recuperar seus custos de desenvolvimento, que prevê dividir o petróleo produzido por dois campos - algo que o Iraque se opõe, afirmando que isso invade a propriedade estatal da produção.
Um dos negociadores iraquianos disse que Bagdá não assinaria nada com os termos atuais propostos pela Exxon. A ExxonMobil se recusou a comentar os termos do contrato ou as negociações, com uma porta-voz do Texas dizendo: "Por uma questão de prática, não comentamos discussões comerciais".
O vice-ministro do Petróleo para assuntos de exploração e produção, Fayadh Nema, disse na quarta-feira (19) que as negociações estão em andamento e que ele espera um acordo em breve.
As negociações também foram freadas após funcionários da Exxon no Iraque terem sido evacuados, como resultado da escalada da tensão regional entre os Estados Unidos e o Irã.