EUA e México: o mercado online mexicano é o 2º maior da América Latina (Getty Images/Getty Images)
Reuters
Publicado em 31 de agosto de 2018 às 16h42.
Cidade do México - O incipiente mercado de comércio eletrônico do México pode se beneficiar de um acordo comercial com o governo norte-americano, que dobra o valor de bens que podem ser importados dos Estados Unidos sem impostos, disseram especialistas de negócios online.
México e Washington chegaram a um acordo para renovar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) na segunda-feira, mas conversas com o Canadá, o outro país membro do pacto de 1994, estão em andamento e podem alterar os termos.
O acordo bilateral entre os EUA e México, que dobraria o limite mínimo de embarque livres de impostos para 100 dólares, deve beneficiar empresas de entregas expressas e varejistas online como a Amazon.
"É ótimo para nós como líderes da internet", disse Enrique Culebro, diretor da associação de internet do México, que representa a Amazon, Wal Mart de México e vários serviços online. "Estamos realmente otimistas sobre o que isso vai significar para o país, especialmente para a economia digital".
O mercado online no México, segunda maior economia da América Latina, deve girar cerca de 7 bilhões de dólares em 2018, segundo a empresa de pesquisas de mercado Euromonitor International, embora esse número represente uma pequena fração do total de vendas no varejo.
Meses antes do acordo, a empresa previu que o mercado valeria 14 bilhões de dólares até 2022.
O limite de 100 dólares está bem abaixo da meta de 800 dólares que os Estados Unidos tinham originalmente proposto no esforço do presidente norte-americano, Donald Trump, para renegociar o Nafta.
Mas será mais fácil para a Amazon e outras plataformas online oferecer uma variedade de produtos para os consumidores mexicanos, e pode levar ao aumento de vendas de produtos especiais com preço abaixo de 100 dólares, disse Carlos Hermosillo, analista de varejo da corretora mexicana Actinver.
O gigante de e-commerce eBay celebrou o movimento.
"Reduzir as barreiras comerciais é fundamental para criar mais acesso a bens para os compradores em uma base global", disse em comunicado Mike Dabbs, diretor sênior de relações governamentais do eBay para as Américas.
A empresa de comércio eletrônico Mercado Livre disse que aguarda a conclusão do acordo, mas espera que o limite maior ajude empresas menores a entrar no comércio eletrônico.
"Esperamos que as novas regras permitam que empreendedores mexicanos ingressem no comércio digital", disse o Mercado Livre.
Amazon e a associação de varejistas do México, evitaram comentar o acordo enquanto as negociações estão em andamento.