Para a Airbus, a compra da problemática linha de aviões permite que a empresa melhore suas cadeias de fornecimento (Regis Duvignau/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de outubro de 2017 às 13h01.
O acordo da Bombardier com a Airbus resolve uma série de problemas para o fabricante canadense de aviões e trens, principalmente fazendo com que as queixas da Boeing contra a empresa sejam efetivamente sanadas, disseram analistas nesta terça-feira.
A Bombardier disse na última segunda-feira que venderá uma participação majoritária em seu programa de aviões CSeries para a Airbus, à medida que busca uma maneira de evitar taxação dos Estados Unidos trazida por uma disputa comercial travada com a Boeing.
Os CSeries não conseguem uma nova encomenda há 18 meses e enfrentam possibilidade de serem sobretaxados em 300 por cento nos EUA, depois que a Boeing acusou o Canadá de conceder subsídios injustos ao avião da Bombardier.
O acordo entre Bombardier e Airbus permitirá que os CSeries sejam montados na fábrica da Airbus em Alabama, o que potencialmente contornará as tarifas de importação dos EUA.
"A Bombardier deve desfrutar de maiores vendas e custos mais baixos do que teria conseguido sozinha", disse o Credit Suisse.
Diante do acordo, as ações da Embraer tinham a maior queda do Ibovespa nesta terça-feira, com analistas vendo a operação como desfavorável para o grupo brasileiro, um dos principais rivais da Bombardier.
A empresa canadense, que está no meio de um plano de recuperação de cinco anos depois de enfrentar uma crise de caixa em 2015, disse que a parceria da Airbus deve dobrar o valor do programa CSeries.
Para a Airbus, a compra da problemática linha de aviões permite que a empresa melhore suas cadeias de fornecimento, o que, por sua vez, ajudará a economizar custos de produção, disseram analistas.
"O CSeries representa um produto complementar à oferta de aeronaves de corredor único da empresa (Airbus), reduz a ameaça competitiva de um novo operador e permite que alavanque sua infra-estrutura de vendas, marketing e suporte", disse o analista da BMO Capital, Fadi Chamoun.