Kroton: a leitura ainda é de que a Kroton deve sair vencedora na disputa pela Estácio com o grupo Ser Educacional (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2016 às 20h48.
São Paulo - A hipótese de fusão das companhias de ensino Kroton e Estácio não se concretizou ainda, mas já tem tido repercussões no mercado de ensino, na bolsa e até mesmo em órgãos reguladores.
Especulações sobre o negócio e a possível relação de troca de ações na fusão fizeram as ações de educação caírem nesta quarta-feira, 15, na contramão do Ibovespa, enquanto uma petição enviada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contesta impactos do negócio para a concentração do mercado de ensino privado.
Ao final do pregão, as ações da Kroton tiveram queda de 1,76%, cotadas a R$ 12,85. Os papéis da Estácio recuaram 1,41%, a R$ 14,71.
A leitura de fontes do mercado ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ainda é de que a Kroton deve sair vencedora na disputa pela Estácio com o grupo Ser Educacional, mas uma série de eventos nos bastidores tem feito crescer a especulação sobre qual o prêmio a ser pago pela Estácio.
Uma das notícias que movimentaram o mercado hoje foi o anúncio de que a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro enviou uma petição ao Cade na qual pede que o órgão antitruste negue autorização para um negócio entre Kroton e Estácio.
Segundo disse ao Broadcast o procurador-geral da OAB/RJ, Fábio Nogueira, a manifestação antes mesmo de que uma transação fosse anunciada é possível dentro do ritual do Cade e foi feita sobretudo considerando que o ensino superior privado do Rio de Janeiro, onde a Estácio tem forte posição, está fragilizado em termos competitivos desde que problemas levaram ao descredenciamento pelo Ministério da Educação da Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade)
Procurada na tarde desta quarta-feira, 15, a Kroton afirmou que ainda não havia sido notificada oficialmente dessa ação no Cade, mas considerou que há alta complementaridade entre a sua operação e a da Estácio.
Sobre o ensino a distância, mercado onde o impacto de concentração de mercado seria maior, a companhia destaca que os ativos de EAD da Estácio representariam apenas 2,7% da receita líquida combinada das duas empresas.