Roberto Castello Branco: este deve ser o último dia em que o Roberto Castello Branco está à frente da petroleira. (Sergio Moraes/Reuters)
Victor Sena
Publicado em 12 de abril de 2021 às 06h00.
Última atualização em 12 de abril de 2021 às 11h15.
Os acionistas da Petrobras, que incluem os representantes de minoritários e da União, se reúnem virtualmente nesta segunda-feira, 12, a partir de 15h, para a eleição do novo Conselho de Administração da empresa.
A votação foi solicitada pelo governo federal quando decidiu demitir Roberto Castello Branco da presidência da empresa como consequência de desavenças entre o comandante da estatal e o presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a política de preços de combustíveis da empresa.
Para nomear um novo presidente, é preciso retirar Castello Branco do Conselho e colocar um nome novo. O nome escolhido foi o do general da reserva Joaquim Silva e Luna, que presidia a hidrelétrica Itaipu Binacional.
E isso só é possível com uma assembleia de acionistas. Na prática, este deve ser o último dia em que o Roberto Castello Branco está à frente da petroleira.
Desde que assumiu a empresa, como indicado do ministro da Economia, Paulo Guedes, Castello Branco tem implementado uma agenda de desinvestimentos, redução de gastos e foco na exploração de petróleo em águas profundas, estratégia que tem recebido elogios de analistas do mercado financeiro e que acompanham o setor de óleo e gás.
Em março, a empresa concretizou também o primeiro passo para abrir mão do monopólio do refino no Brasil, ao vender a Refinaria Landulpho Alves.
Como a União é majoritária, não há riscos para Silva e Luna em não ser nomeado conselheiro. Depois que o novo conselho estiver formado, os 11 conselheiros decidem o novo diretor presidente.
Mais uma vez, como a União tende a preencher boa parte das 11 vagas com seus nomes, não há risco de o novo conselheiro Silva e Luna não ser nomeado o diretor-presidente da companhia.
Desde que a troca no comando da estatal foi anunciada, Silva e Luna vem articulando com diretores atuais da companhia a transição e já afirmou que não deve interferir na estratégia adotada nos últimos anos pela empresa.