Agência do banco chileno CorpBanca: em janeiro, o Itaú concordou em unir o seu banco chileno com o CorpBanca e investir US$ 650 milhões no negócio (Wikimedia Commons/Carlos yo)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2014 às 17h37.
São Paulo - O Cartica Management, acionista minoritário no Corpbanca, informou nesta terça-feira que pediu a um tribunal em Nova York que suspenda a fusão do banco chileno com o Itaú Unibanco. De acordo com a Cartica Management, os executivos chilenos teriam cometido fraude na operação.
Em janeiro, o Itaú concordou em unir o seu banco chileno com o CorpBanca e investir US$ 650 milhões no negócio.
Se o acordo se concretizar, o Itaú passará a deter cerca de 33,58% do novo banco e controlará grande parte da operação, enquanto Alvaro Saieh, o acionista controlador da CorpBanca, possuiria 32,92%.
O novo banco se tornará o quarto maior no Chile em ativos, com cerca de US$ 45 bilhões em ativos, de acordo com o Itaú.
O Cartica Management LLC, que tem criticado o plano de fusão, afirmou que Saieh e outros executivos garantiram um "resgate financeiro" para a holding CorpGroup em troca de entregar o controle de CorpBanca para o Itaú.
"Saieh usou fraude para extrair um prêmio de emissão de controle por sua participação majoritária no CorpBanca, assim como inúmeros outros benefícios de curto e de longo prazo", disse o Cartica, em nota.
O CorpGroup possui o SMU SA, uma cadeia de supermercados, que inclui também a empresa de mídia Copesa SA. Os custos de financiamento do Corpbanca saltaram depois que problemas no SMU se aprofundaram no ano passado. O SMU lançou uma estratégia de resposta agressiva. O Cartica disse que seus fundos são proprietários de cerca de 3,2% das ações do Corpbanca.
O Cartica, um gestor de ativos de Washington, disse que entrou com a queixa no Tribunal Distrital dos Estados Unidos do Distrito Sul de Nova York contra o CorpBanca, Saieh, diretores do Corpbanca, o CEO e os CFOs da instituição, entre outros nomes.
Os porta-vozes do CorpGroup e de Saieh não estavam imediatamente disponíveis para comentar sobre o tema nesta terça-feira. Anteriormente, o CorpGroup rejeitou as queixas do Cartica e disse que o acordo prevê a igualdade de tratamento a todos os acionistas.
O CorpGroup afirmou que o acordo atende a todas as leis chilenas e que quando duas empresas se fundem, não há necessidade de uma oferta pública para ações em circulação. O Itaú não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Com informações da Dow Jones Newswires.