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Acidentes de carro no Brasil impulsionam Axalta

A demanda por reparos na pintura está crescendo à medida que aumentam as colisões no país, disse o CEO da empresa de pintura do Carlyle Group


	Trabalhador pinta carro: a Axalta colocará cerca de um terço do seu orçamento anual de investimento de US$ 100 milhões na América Latina
 (Jay LaPrete/Bloomberg)

Trabalhador pinta carro: a Axalta colocará cerca de um terço do seu orçamento anual de investimento de US$ 100 milhões na América Latina (Jay LaPrete/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2013 às 14h23.

São Paulo - Nas mesmas ruas onde os brasileiros estão vendo mais acidentes de carro, a Axalta Coating Systems, do Carlyle Group LP, vê mais negócios.

A demanda por reparos na pintura está crescendo à medida que aumentam os congestionamentos nas estradas e as colisões pelo Brasil, disse o CEO da Axalta, Charlie Shaver. A fabricante de tintas e revestimentos está estudando duas aquisições como parte da meta de aumento em 100 por cento da receita na região, para US$ 1,5 bilhão até 2018.

“Para dobrar as vendas na América Latina nos próximos cinco anos nós não podemos fazer tudo isso organicamente”, disse Shaver em uma entrevista em São Paulo, em 6 de setembro. “Nós, nos próximos doze meses, possivelmente façamos -- de novo, pelo preço justo -- uma ou duas aquisições na América Latina”.

O objetivo da Shaver ligado à América Latina torna a região um ponto central em seu esforço para aumentar a receita global da Axalta, com sede em Wilmington, Delaware, 63 por cento, de US$ 4,3 bilhões em 2012, para até US$ 7 bilhões em 2018.

A empresa, vendida pela DuPont Co. ao grupo Carlyle em fevereiro e rebatizada como Axalta, se beneficiará com os consertos no Brasil e com as vendas de automóveis no México, as mais altas desde 2008, disse ele.

O número de veículos registrados no Brasil subiu 31 por cento em 2010, para 64,8 milhões, segundo os últimos dados disponíveis de um estudo da Organização Mundial da Saúde sobre acidentes, de três anos atrás. Um corte em impostos federais no final de 2011, feito para incentivar a economia, ajudou a estimular um ganho de 4,7 por cento nas vendas de automóveis em 2012.

Mais indenizações

Os acidentes estão aumentando também. A estatal Seguro DPVAT pagou 300.000 indenizações de automóveis no primeiro semestre de 2013, 38 por cento mais do que no ano anterior.

“Quanto mais carros em circulação, maior o número de acidentes”, disse Dilson Ferreira, presidente-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas, conhecida como Abrafati. “Com as empresas de seguros pagando a conta, há uma garantia. E olhando para os carros nas estradas, você raramente vê carros batidos -- as pessoas estão cuidando de seus carros”.


A Axalta dependerá da América Latina, e especialmente do Brasil, em sua tentativa de chegar mais alto do que o seu atual quinto lugar em uma indústria global de tintas liderada pela Akzo Nobel NV, disse Shaver. A Axalta colocará cerca de um terço do seu orçamento anual de investimento de US$ 100 milhões na América Latina, excluindo aquisições, que segundo ele provavelmente serão focadas no Brasil.

Embora uma economia brasileira fraca possa diminuir as vendas de tintas no país neste ano em 0,4 por cento, em relação aos US$ 4,28 bilhões de 2012, o crescimento está pronto para continuar em 2014, de acordo com a Abrafati.

Liderança em pintura

“No longo prazo, a nossa perspectiva é que as tintas irão crescer 1 por cento a 1,5 por cento acima da economia”, disse Ferreira. O crescimento do PIB do Brasil projetado para este ano é de 2,35 por cento, com base em uma pesquisa semanal do Banco Central com cerca de 100 economistas, divulgada em 9 de setembro.

O aumento do número de brasileiros proprietários de veículos vem também com um custo: cerca de 1,2 por cento do PIB é perdido a cada ano por causa de acidentes de trânsito, de acordo com dados compilados pela Organização Mundial da Saúde.

Os acidentes totalizaram mais de 400 mil em 2009, com base nas mais recentes estatísticas do governo, abrangendo todos os tipos de colisões. Em 2011, o número de mortos em acidentes de automóveis foi de 44.553, um total 40 por cento maior do que em 2000, informou o Ministério da Saúde.

O custo médio da dívida da Carlyle na compra da Axalta foi de 5,3 por cento, disse Shaver, o que cria “ampla liquidez” e ajuda a posicionar a empresa para as compras que ele considera necessárias para a expansão na América Latina e em outros lugares.

“Nós dispomos de mais de US$ 800 milhões em dinheiro em uma liquidez não utilizada hoje, que é mais do que suficiente para fazer qualquer tipo de crescimento que poderíamos imaginar”, disse Shaver.

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