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Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2015 às 13h07.
São Paulo — Em fevereiro, o fundo de investimentos Tarpon comprou o controle da Abril Educação, empresa especializada em educação básica do grupo Abril. Agora, a Tarpon apresenta o novo nome da companhia: Somos Educação.
Em entrevista exclusiva, Eduardo Mufarej, presidente da empresa, conta como chegou ao novo nome, e o que muda na estratégia da companhia.
Por que a marca mudou?
Quando compramos a companhia, tínhamos o direito de continuar com a marca Abril por um período. Foram seis meses de trabalho e de pesquisas até chegar à nova identidade, num trabalho em parceria com o publicitário Nizan Guanaes. Nossa nova marca é Somos Educação.
A ideia era ter uma marca inclusiva, mas que permita que as outras marcas do grupo tenham vida própria. A empresa tem operaçãoes muito distintas, que vão de produção de conteúdo editorial a gestão de escolas. E muitas de nossas marcas são muito tradicionais. A Anglo, de sistemas de ensino, faz 65 anos neste ano. A editora Ática faz 50. Elas vão continuar mais fortes do que nunca.
Com essa nova marca, a estratégia da empresa muda?
Tem uma emancipação de um grupo que nos dava credibilidade e estrutura. É como um adolescente que encontrou a maturidade. Mas nem tudo já está completamente separado. Os sistemas e a área de recursos humanos ainda vão continuar juntos, mas vão se separar nos próximos 15 meses. A grande questão é encontrar rapidamente nossa nova identidade.
O perfil de pessoas que trabalham na empresa vai mudar?
O setor de educação tem muito potencial para atrair gente boa, gente idealista – principalmente a educação básica, que é onde atuamos. Tem muita coisa para mudar. Descobrimos, por exemplo que o pai dos alunos em geral não sabe nem em que série seus filhos estudam. Por isso, estamos desenvolvendo aplicativos que aumentem o engajamento dos pais com as escolas e os professores.
A Abril Educação cresceu com muitas aquisições – a última delas da Saraiva, no início do mês. Qual é a estratégia de expansão agora?
Vamos continuar a crescer com ambição, tanto por conta própria, quanto com aquisições. A compra da Saraiva, quando aprovada, vai nos exigir um desafio de integração por pelo menos um ano. E vamos precisar também aprender a atuar no mercado em que eles são fortes, e que não conhecíamos – o de material para ensino técnico e profissionalizante.
Enquanto isso, vamos continuar crescendo em outros setores. No ano passado abrimos duas escolas. Neste ano, já serão seis. Só esperamos que as condições econômicas não piorem a ponto de fazer os pais não conseguirem pagar as mensalidades.