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Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2011 às 15h40.
São Paulo - A competição no setor de supermercados seria mantida caso uma possível fusão entre as operações brasileiras do Carrefour e o Grupo Pão de Açúcar fosse realmente concretizada. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, "uma concentração, em termos de mercado, de cerca de 30% não é nenhum 'bicho de sete cabeças'". "Há uma concentração (de lojas do Carrefour e Grupo Pão de Açúcar) em São Paulo, mas no restante do País a situação é diferente", afirmou, em entrevista a jornalistas.
"Para o consumidor é importante ter competição, e vamos continuar competitivos", afirmou. Honda evitou fazer mais comentários sobre a possível fusão, mas salientou que, caso a negociação seja concretizada, a entidade prestará esclarecimentos sobre a concentração do setor aos órgãos de defesa da concorrência.
Há um mês, o dirigente da Abras declarou, após os primeiros rumores de negociação entre os executivos das varejistas, que o mercado se "adaptaria" à fusão do Carrefour e do Pão de Açúcar. "Na indústria, a concentração em alguns produtos é extremamente forte, mas isso não impede a competição", disse à época.
Segundo a Abras, a participação das vendas das maiores empresas do setor de supermercados no Brasil, leia-se Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, passou de 40% em 2009 para 43% no ano passado. Embora a concentração avance, ainda está longe da realidade na Europa, onde as cinco maiores redes respondem por 70% a 80% das vendas, destacou a Abras.
O aumento na concentração entre os anos de 2009 e 2010 foi impulsionado pela associação do Pão de Açúcar com a Casas Bahia. O dirigente acrescentou ainda que, excluídas as operações de bens duráveis do Pão de Açúcar, com as bandeiras da Casas Bahia e Ponto Frio, a concentração seria ainda menor.