Vendas nos últimos três meses aponta estabilização com média de 5,5% de expansão (GERMANO LUDERS)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
São Paulo - O processo de acomodação pelo qual passa a economia doméstica pode levar a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) a reduzir sua previsão para o faturamento do setor em 2010, atualmente estimada em alta de 8 por cento.
Nos sete primeiros meses do ano, as vendas dos supermercados brasileiros acumulam alta real de 5,26 por cento, o que significa forte desaceleração ante o ritmo visto até março, quando o indicador apontava avanço de 8,6 por cento. Nos três últimos meses, contudo, as vendas vêm demonstrando tendência de estabilização, apontando uma média de 5,5 por cento de expansão.
"Vamos rever (a meta para o ano) em setembro", disse o presidente da Abras, Sussumu Honda, nesta quinta-feira.
Segundo ele, o movimento é resultado do recuo de preços, principalmente de alimentos, nos últimos meses, afetando negativamente o faturamento das redes supermercadistas.
"A demanda e a renda estão aumentando, mas sem pressão inflacionária", afirmou Honda, ressaltando que, por outro lado, os volumes de vendas seguem aquecidos.
Apesar de admitir a necessidade de revisão da projeção anual, a entidade aposta em um cenário positivo para o segundo semestre, quando devem ser vistos números acima de 5,5 por cento de crescimento, porém, ainda inferiores aos observados no primeiro trimestre.
"O mês mais forte para o setor é dezembro", acrescentou o economista da Abras Flávio Tayra.
A Abras informou nesta quinta-feira que em julho as vendas reais dos supermercados cresceram 3,47 por cento na comparação com o mesmo mês no ano passado. Em relação a junho deste ano, houve expansão de 4,2 por cento.
A entidade também apresentou os dados da cesta AbrasMercado, composta por 35 produtos e calculada pela GfK, que em julho recuou 1,54 por cento contra o mês imediatamente anterior. Foi o segundo mês consecutivo de queda nos preços da cesta, o que, segundo Honda, confirma a tendência de arrefecimento.
"Foram dois meses seguidos de deflação, e não são deflações pequenas... O nível de retração dos preços está muito grande", disse ele.
Já na comparação anual, o valor da cesta subiu 1,36 por cento, passando de 268,02 reais em julho de 2009 para 271,67 reais no mês passado.
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