Abilio Diniz: a aquisição de 525 milhões de euros em ações da Carrefour -- que elevou a participação do brasileiro na varejista francesa para mais de 8 por cento -- foi totalmente financiada por um acordo estruturado (REUTERS/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2016 às 22h27.
O bilionário Abilio Diniz financiou a compra de ações do Carrefour através de um empréstimo de cerca de 750 milhões de euros (US$ 850 milhões) junto ao Bank of America, de acordo com pessoas com conhecimento da situação.
A aquisição de 525 milhões de euros em ações da Carrefour -- que elevou a participação do brasileiro na varejista francesa para mais de 8 por cento -- foi totalmente financiada por um acordo estruturado, de acordo com informações divulgadas pelas autoridades francesas no mês passado que não citavam o nome do banco envolvido. Diniz está avaliando aumentar ainda mais sua participação nos próximos meses, disse uma dessas pessoas, que pediu para não ter o nome revelado porque os detalhes não são públicos.
Diniz vem elevando sua participação no Carrefour e se tornou seu terceiro maior acionista, trabalhando para obter um assento no conselho da varejista. Sua empresa de investimentos, a Península, também comprou uma fatia de 10 por cento na unidade brasileira do Carrefour em dezembro. O Carrefour informou que irá propor a nomeação de Diniz durante uma assembleia de acionistas em maio.
Representantes do Bank of America e da Península se recusaram a comentar.
A operação, que tem vencimento em julho de 2021, tem hedge contra a depreciação de ações do Carrefour, segundo o documento divulgado. A Liberty, do bilionário John Malone, realizou transações de hedge semelhantes quando elevou sua participação na ITV no ano passado.
O acordo de empréstimo usa 30,75 milhões de ações como ativo subjacente, avaliadas em aproximadamente 750 milhões de euros pela cotação do papel em 30 de março, a data do documento.
Diniz fez fortuna com supermercados, começando com a padaria fundada pelo pai e chegando a ter a maior varejista do Brasil. Há cinco anos, o bilionário fracassou na tentativa de juntar a Cia. Brasileira de Distribuição Grupo Pão de Açúcar com o Carrefour, em uma tacada para desfazer um acordo que cedia o controle ao Casino Guichard-Perrachon. Ele se afastou da presidência do conselho da GPA em 2013.