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Abbvie desiste de compra da Shire por US$55 bi

Shire deve receber uma taxa de quebra de acordo de cerca de 1,64 bilhão de dólares se os acionistas da AbbVie seguirem a orientação e rejeitarem a transação


	Shire: reversão representa uma vitória para o Tesouro dos Estados Unidos
 (JB Reed/Bloomberg)

Shire: reversão representa uma vitória para o Tesouro dos Estados Unidos (JB Reed/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 09h49.

Londres - A farmacêutica norte-americana AbbVie puxou a tomada do seu plano de compra da Shire, baseada na Irlanda, recomendando que os acionistas votem contra a planejada aquisição de 55 bilhões de dólares depois de novas regras fiscais nos Estados Unidos.

A Shire deve receber uma taxa de quebra de acordo de cerca de 1,64 bilhão de dólares se os acionistas da AbbVie seguirem a orientação e rejeitarem a transação.

A reversão - que havia sido antecipada após a AbbVie dizer que estava reconsiderando o negócio - representa uma vitória para o Tesouro dos Estados Unidos, que tem lutado para tornar mais difíceis aquisições que têm como objetivo gerar reduções no recolhimento de impostos.

Ela também poderá abrir a frente para novas negociações, já que a própria Shire tem um forte histórico de fazer aquisições para alimentar seu negócio de rápido crescimento e pode agora olhar ao redor para comprar outras empresas, com seu poder de fogo impulsionado pela taxa de rescisão.

As propostas fiscais do governo dos EUA são projetadas para tornar mais difícil que empresas norte-americanas mudem suas bases fiscais para fora do país, rumo a jurisdições na Europa com menores custos.

"A avaliação de valor acordada (no negócio) não é mais suportada como resultado das alterações nas regras fiscais e não acreditamos que seja do melhor interesse de nossos acionistas prosseguir", disse o presidente-executivo da AbbVie, Richard Gonzalez, em comunicado.

A investida da AbbVie sobre a Shire, líder em medicamentos para tratar o transtorno de déficit de atenção e doenças raras, foi anunciada em julho, em meio a uma enxurrada de ofertas no setor farmacêutico.

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