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Abatedouro da JBS nos EUA inicia abate em massa de suínos

Em vez de serem transformadas em presunto e bacon para consumidores confinados, as carcaças podem ser despejadas em aterros ou irem para abatedouros

O abate forçado de suínos mostra o descompasso criado com a pandemia que adoece trabalhadores enquanto os consumidores estocam carne (Ueslei Marcelino/Reuters)

O abate forçado de suínos mostra o descompasso criado com a pandemia que adoece trabalhadores enquanto os consumidores estocam carne (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2020 às 18h00.

Última atualização em 28 de abril de 2020 às 18h21.

O abate em massa do plantel de suínos dos Estados Unidos tem início justo quando paralisações em frigoríficos saturam o mercado a um ponto que pecuaristas já não podem administrar.

A partir de quarta-feira, cerca de 13 mil porcos serão abatidos por dia em um abatedouro da JBS em Minnesota, de acordo com o deputado dos EUA Collin Peterson. Em vez de serem transformadas em presunto e bacon para consumidores confinados, as carcaças podem ser despejadas em aterros ou serem encaminhadas para abatedouros.

O abate forçado de suínos mostra o descompasso criado com a pandemia que adoece trabalhadores enquanto os consumidores estocam carne. Empresas de laticínios jogam fora leite que não pode ser vendido aos processadores, operações de frango de corte têm quebrado ovos para reduzir os suprimentos e algumas frutas e legumes apodrecem nos campos em meio a problemas de mão de obra e distribuição.

“Não queremos sacrificar porcos, mas não temos escolha”, disse Peterson, presidente do Comitê de Agricultura da Câmara dos Deputados dos EUA, a repórteres em teleconferência. “Eu pedi para que fizessem isso. Então, se as pessoas estão chateadas, podem ficar chateadas comigo.”

O abatedouro da JBS em Worthington, que foi fechado quando surgiram casos de coronavírus na unidade, pode ser usado para abater os animais com uma equipe de cerca de 10 pessoas, disse Peterson. Isso significa que a unidade pode sacrificar animais com segurança enquanto trabalhadores mantêm o distanciamento social, algo que seria impossível com as centenas de funcionários necessários para executar o processamento normal.

No total, cerca de 160 mil suínos por dia em todo o país precisam ser sacrificados, o que significa que o descarte nas fazendas não é viável, disse Peterson, que também contatou a Smithfield Foods com uma proposta semelhante.

A JBS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O fechamento de frigoríficos afeta a demanda por suínos já engordados para abate e por leitões que normalmente substituem esses animais na fazenda.

Criadores de suínos não têm instalações para armazenar os animais e, quando crescem demais para serem manuseados pelos frigoríficos, os produtores não têm muita escolha, disse Steve Meyer, economista da consultora Kerns & Associates. No Canadá, os produtores têm perdido entre 30 e 50 dólares canadenses por cabeça (US$ 21 a US$ 35).

Peterson, do Partido Democrata, pediu maior assistência do governo federal, alertando que, sem indenização, pecuaristas de seu distrito de Minnesota iriam à falência.

Embora os EUA tenham congelado carne para garantir o abastecimento de supermercados, o maior número de paralisações de frigoríficos aumenta a possibilidade de déficit, disse, e também a perspectiva de priorizar o mercado doméstico em detrimento das exportações.

“Claramente, teremos escassez no setor de carnes”, disse. “O que me preocupa é que as pessoas vão descobrir isso e acumular”, o que deve agravar o problema.

--Com a colaboração de Michael Hirtzer e Tatiana Freitas.

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