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A Oi, os abutres e o peso do governo

Três semanas após o pedido de recuperação judicial da empresa de telefonia Oi, pouco se falou sobre a perspectiva de futuro do negócio. Mas, a julgar pelo desempenho na bolsa — as ações praticamente dobraram no período — os investidores estão otimistas que a Oi pode ser recuperada. O maior sinal é a disputa pelo […]

OI: a receita da empresa aumentou em julho, mas mesmo assim as perdas foram maiores / Nacho Doce / Reuters (Nacho Doce/Reuters/Reuters)

OI: a receita da empresa aumentou em julho, mas mesmo assim as perdas foram maiores / Nacho Doce / Reuters (Nacho Doce/Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2016 às 06h51.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h46.

Três semanas após o pedido de recuperação judicial da empresa de telefonia Oi, pouco se falou sobre a perspectiva de futuro do negócio. Mas, a julgar pelo desempenho na bolsa — as ações praticamente dobraram no período — os investidores estão otimistas que a Oi pode ser recuperada.

O maior sinal é a disputa pelo controle da tele, detonada por investidores conhecidos como  “abutres”, que buscam oportunidades em empresas em dificuldades financeiras, mas operação rentável. Fundos internacionais, como PointState Capital e Discovery, estão alinhados com o empresário brasileiro Nelson Tanure comprando ações ordinárias (com direito a voto) da companhia. Tanure, um empresário oportunista e sem recuperações bem sucedidas no currículo, tem dito a interlocutores que tem um projeto de investimento para a Oi, que inclui um aporte de recursos, mas desde que os portugueses saiam do processo.

Mas a decisão está mesmo na mão dos credores. A dívida da empresa soma 64 bilhões de reais. O que eles querem é saber quando, como e quanto vão receber — e, sobretudo, de quem. Uma estratégia dos advogados da Oi foi colocar a União com papel relevante no processo de decisão. O maior credor individual da companhia é a Anatel, com 10,7 bilhões de reais em multas a receber da empresa.

Além dela, bancos estatais, como BNDES (3,34 bilhões de reais), Banco do Brasil (4,4 bilhões de reais) e a Caixa Econômica Federal (1,96 bilhão), poderão ter papel relevante no processo. No limite, a União pode virar até acionista minoritária da Oi, uma situação inédita para o governo. Seria mais um marco do maior calote da história do país.

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