São Paulo – Uma equipe formada por ex-executivos da Azul Linhas Aéreas e da americana JetBlue Airlines se uniu para levar a logística brasileira às alturas. A nova Modern Logistics irá interligar toda a cadeia de produção com foco em transporte aéreo, como uma Fedex brasileira.
Recentemente, recebeu um investimento de R$75 milhões de investidores locais e estrangeiros, coordenadas pela gestora de recursos DXA Investments.
Coordenada por Gerald Blake Lee, co-fundador da Azul e vice-presidente de desenvolvimento de negócios da JetBlue, o objetivo da Modern Logistics é integrar indústrias, centros de distribuição e uma rede de pontes aéreas.
O foco serão produtos de alto valor agregado, como eletrônicos, produtos farmacêuticos e autopeças.
Atualmente, Lee diz que as indústrias estão presas aos grandes centros – mais abastecidos de infraestrutura e também mais caros. Por isso, assim como a Azul, a nova empresa de Lee pretende ter presença em destinos menores e mais capilaridade. “Vamos ajudar as indústrias a ir onde elas querem ir”, afirma o CEO.
Para a nova empresa, ele trouxe uma equipe de executivos da Azul Linhas Aéreas e da JetBlue Airways, com pessoas que já estão ao seu lado há mais de 15 anos.
A empresa terá uma frota de caminhões própria, além de terceirizar outra parte do serviço. Porém, a prioridade será o transporte aéreo de bens de alto valor agregado. Serão usados jatos Boeing-737 e turboélices ATR-72, através de um contrato fechado com a Boeing em janeiro deste ano.
Em três meses, a companhia irá iniciar a venda dos serviços de logística. Até o fim do primeiro semestre de 2015 irão iniciar as operações. A meta é acabar 2015 com cinco aviões e ter 40 cargueiros em cinco anos. O primeiro centro de distribuição será inaugurado em Jundiaí, São Paulo, em dezembro.
Normalmente, o transporte de carga por meio aéreo costuma ser muito mais caro que o por rodovias. Por isso apenas 0,3% do volume de produtos transportados no país viaja de avião.
Porém, argumenta Lee, o Brasil vive uma “anomalia” de infraestrutura. Para que um produto chegue de Manaus até Porto Alegre, o transporte pela malha rodoviária costuma levar mais de 25 dias. Além disso, as estradas são bastante inseguras.
Com o custo do seguro da carga, do sistema de tracking, que monitora a posição do caminhão, de escoltas para a carga, do salário de caminhoneiros e do diesel, o transporte rodoviário é muito pouco competitivo, diz Lee. Enviar um produto de alto custo por esse meio se torna quase inviável.
Através de uma rede de pontes aéreas, a nova empresa de logística pode driblar esse problema. Mais do que reduzir os custos, corta o tempo de armazenamento e de entrega, gerando maior liquidez no mercado.
Aumentar a rapidez de chegada às lojas é especialmente importante para produtos eletrônicos, um dos focos da nova companhia. Como a tecnologia avança muito rápido, é importante que o transporte de produtos acompanhe este ritmo.
15 centros de distribuição serão criados ao redor de aeroportos e, para crescer rapidamente, a empresa irá alugar os galpões. A companhia também irá utilizar o método pick and packing, que divide grandes cargas de pallets em pacotes menores para dividir a distribuição.
O americano se mudou em 2009 para o Brasil, para fundar a Azul. Ele se desculpa pelo sotaque, mas fala com paixão dos sonhos de desenvolver “o nosso país”. “Imagine quanto o país pode crescer, se diminuirmos o custo de transporte e logística?”, comenta, entusiasmado.
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1. Investindo bilhões (e até trilhões)
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1/7 (Chris McGrath/Getty Images)
São Paulo – A crise financeira internacional afeta a estratégia de investimentos em
infraestrutura pelo mundo. Apesar das dificuldades, ainda há bons exemplos de projetos em andamento em diversos países. Essa é uma das conclusões possíveis com um relatório sobre infraestrutura mundial produzido em parceria entre o instituto de planejamento urbano Urban Land Institute e a auditoria e consultoria
Ernst & Young. No estudo, as empresas pesquisaram uma série de iniciativas em diversos países. O documento citou vários exemplos de projetos em desenvolvimento ou prestes a serem desenvolvidos pelo mundo. Clique nas fotos e confira alguns desses exemplos nas próximas páginas:
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2. Elevação da Bayonne Bridge – Estados Unidos
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2/7 (Creative Commons / Wikipedia)
Um dos projetos de infraestrutura em desenvolvimento nos Estados Unidos é a elevação da ponte Bayonne Bridge, que liga Nova Jersey e State Island. A ponte foi liberada para o trânsito em 1931 e, embora facilite muito a vida de motoristas e pedestres, restringe a altura máxima dos navios que passam por baixo da ponte. Para resolver esse problema e permitir o trânsito de mais navios, a autoridade portuária dos Estados Unidos está trabalhando no aumento da altura da ponte, que permitirá que embarcações mais altas passem por ali. A mudança deve ficar pronta entre o final de 2015 e o início de 2016. A expectativa após a conclusão do projeto é que até o preço para consumidores diminua, já que os produtos transportados nesses navios maiores terão mais uma rota para navegar.
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3. Ferrovia entre Birmingham e Londres - Inglaterra
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3/7 (Divulgação / HS2)
Com a realização das Olimpíadas, aconteceu uma série de mudanças na estrutura de Londres, incluindo
a revitalização de bairros antes deixados de lado na cidade. Porém, a capital inglesa ainda encontra desafios grandes para realizar outros projetos. Um desses projetos é a ferrovia HS2, que ligará as cidades de Birmingham e Londres (futuramente, incluirá outras cidades). Embora o projeto enfrente uma série de protestos e manifestações contrárias, a construção está prevista para iniciar em 2017 e a primeira fase do projeto deve entrar em operação apenas em 2026. A foto mostra como deverá ficar uma das estações ao longo da ferrovia. A administração de Londres também estuda outras ações de infraestrutura, como a construção de um novo aeroporto na cidade para aliviar a demanda no movimentado aeroporto de Heathrow.
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4. Investimento em metrô na Índia
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4/7 (Daniel Berehulak/Getty Images)
Com uma população enorme, a Índia precisaria de muitas medidas de infraestrutura para resolver as necessidades do país e da população. Embora talvez ainda não seja suficiente, o relatório da Ernst & Young destaca que o governo da Índia já dedica cerca de 8% de seu produto interno bruto (PIB) para investimentos em infraestrutura, além de ter lançado um plano de investimentos de 1 trilhão de dólares na área entre 2012 e 2017. Já é possível ver alguns projetos caminhando no país. A cidade de Mumbai se prepara para receber uma expansão na malha metroviária, avaliada em 2,5 bilhões de dólares, e a cidade de Hyderabad se prepara para ganhar um metrô, num projeto que deve custar 3,6 bilhões de dólares. Além disso, o país tem projetos de expansão e melhoria em ferrovias e rodovias. A preocupação é se as iniciativas darão conta de atender a demanda na Índia já que, como lembra o relatório, a população do país deve passar a da China como a maior do mundo em 2025.
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5. Trânsito no Canadá
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5/7 (Creative Commons / Wikipedia)
Assim como nos Estados Unidos, aponta o relatório, a maior parte da infraestrutura canadense foi construída após a Segunda Guerra Mundial. Porém, o país fez do assunto uma prioridade nacional nas últimas décadas, aponta o documento. Um dos exemplos citados no texto é a melhoria da ponte Port Mann Bridge, ligando as cidades de Vancouver e Langley. A reforma permitirá um fluxo maior de veículos com o aumento do número de pistas. Outro exemplo citado é a melhora e expansão do sistema de trânsito em Vancouver, projeto de mais de 2 bilhões de dólares que vai melhorar a ligação entre o centro da cidade e o aeroporto, entre outros pontos. O relatório destaca também que o país é um exemplo bem sucedido quando o assunto são as PPPs (parcerias público-privadas). O Canadá utiliza o recurso para financiar desde pequenos projetos locais até grandes melhorias nacionais.
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6. Catar de olho na Copa
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6/7 (Sean Gallup/Getty Images)
Primeiro a Copa tem que passar aqui pelo Brasil, em 2014, e depois pela Rússia, em 2018. Mesmo longe, o Catar já desenvolve projetos de infraestrutura com o campeonato de 2022 na mira. Segundo o relatório da Ernest & Young, bilhões de dólares já estão sendo investidos em projetos de expansão de portos e aeroportos internacionais, na construção de um sistema de metrô em Doha ligando o centro ao aeroporto e na construção de mais vias expressas. Isso tudo sem falar nos 12 estádios de futebol com sistema de ar condicionado que devem ser construídos pelo Catar.
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7. Agora conheça cinco países que fizeram a lição de casa e se destacam em competitividade
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7/7 (Mike Hewitt/Getty Images)